Fugitivo

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Pete estava em seu quarto há pelo menos quarenta minutos quando Venice saiu de seu próprio quarto. Ele caminhou suave e silenciosamente até o hall de entrada, praticamente congelando ao ver a porta da casa se abrir. Ele fez o possível para agir com calma e não passou despercebido por Vegas, que sorriu para ele, jogando as chaves na cesta de chaves.

"Saindo de fininho?"

Venice sorriu para o chão, franzindo o nariz. Por que ele sempre foi pego? Na saída ou na entrada, alguém sempre o pegava. Ninguém dormia naquela casa?

"Tentando. Você vai contar ao Pa?"

"Como se eu tivesse que dizer alguma coisa a ele. Você esquece quem está no comando por aqui."

"Ele não vai saber se você o mantiver ocupado."

Vegas balançou a cabeça, colocando as mãos nos bolsos enquanto entrava na casa. Às vezes ele não conseguia acreditar na audácia desse garoto. Quem o criou?!

"Você vai às corridas?"

"Sim."

"Divirta-se."

Venice semicerrou os olhos, claramente cético em relação ao tom de seu pai, especialmente quando Vegas passou por ele para ir para seu quarto.

"É isso?"

Vegas olhou para ele. "Você quer uma bronca? Não se preocupe, você receberá uma pela manhã, mas não de mim."

Venice revirou os olhos, colocando a mão na maçaneta da porta. "Vejo você mais tarde."

"Não quebre sua moto."

Venice fechou a porta atrás dele e caminhou rapidamente para sua moto antes que Pete o ouvisse. Ele saiu da propriedade de sua casa, sabendo que definitivamente foi ouvido saindo. Não importava. Pete o repreenderia pela manhã e então eles seguiam em frente e viveriam outro dia.

Pete não gostava que ele participasse de corridas de rua ilegais, o que seria compreensível se eles tivessem uma vida normal. Venice não conseguia entender por que as corridas eram piores do que qualquer um dos negócios da família. Ele não queria tomar parte nos negócios, embora Vegas tentasse convencê-lo a acompanhá-lo nas reuniões e em seus planos. Ele gostava das corridas porém, e não tinha medo das pessoas perigosas de lá. Ele se manteve longe de problemas e simplesmente fez seu trabalho como mecânico.

Não foi fácil no começo. O nome Theerapanyakun era conhecido e não confiável. Mas Venice provou ser para os organizadores das corridas alguém que não mexe em negócios alheios. Ele passou de suspeito a alguém respeitado, e ser um Theerapanyakun significava que ninguém tentou mexer com ele também. Ele se sentia bem naquele círculo. Pete ainda não entendia, mas tudo bem, não era o suficiente para Venice ver isso como um problema entre ele e seus pais. Ele podia entender que Pete era protetor, especialmente porque Venice nem sempre foi tão maduro quanto ele é agora. Isso não impediria Venice de fazer o que ele gostava.

***

Sky desprezava o pessoal do circuito clandestino e Rain o entendia cada vez mais a cada corrida perto da loja em que trabalhavam. Sempre tinha vândalos que passavam na loja e roubavam bebidas, salgadinhos ou até dinheiro do caixa e eles não podiam fazer para se defender.

A solução foi fechar a loja mais cedo, mas naquela noite Rain foi deixado sozinho e estava demorando. Ele costumava se distrair com as menores coisas e isso não ajudava. Mas finalmente ouviu as motos passando e praticamente acelerou para fechar as portas e trancar o local. Uma vez feito isso, ele respirou fundo de alívio e varreu o chão.

Ele apagou as luzes e saiu da loja pela porta dos fundos, sem esperar que as pessoas estivessem lá. Aqueles punks com as motos pareciam estar esperando alguém sair da loja. Eles riram, de repente circulando Rain.

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