Uma recompensa

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A verdade era que Rain estava procurando um motivo para ligar para Venice por dois dias. Ele não sabia por que, mas no fundo ficava olhando para o telefone esperando que Venice ligasse para ele, o que era um absurdo porque Venice nem tinha o número dele. Se ele quisesse vê-lo novamente teria que ser o único a estender a mão. Então, em sua segunda hora sozinho na loja, ele decidiu que já era o suficiente.

***

Venice e Pete não haviam feito as pazes oficialmente. Eles nunca faziam. O que acontecia com frequência era que Venice acabava ajudando Vegas a fazer o jantar para o pai e, quando Pete chegava à cozinha, apenas fingia que nada havia acontecido. Venice não achava que era fingimento, porque não importava o que acontecesse, eles não deixariam suas divergências durarem muito. Dito isto, ainda significou algo quando Venice ficou em casa no sábado à noite para assistir a um filme com seus pais em vez de sair com Prapai e seus amigos. Ou pelo menos significou, até Venice receber uma ligação que o fez sair no meio de o filme para se vestir.

"Estou saindo."

"Para onde?"

Venice ergueu a sobrancelha. "Você quer a localização exata?"

"Não é um hotel, é?" Macau olhou para cima, fazendo Venice se inclinar no sofá onde Macau estava deitado para, de brincadeira, acertá-lo na testa.

"Estou saindo com Rain. Ele está sozinho na loja e pode haver problemas. Isso é tudo."

Todos olharam para Pete que cruzou os braços e fingiu um sorriso. "Se você diz."

"O que mais poderia ser?"

"Nada. Pode ir." Pete o dispensou, mas foi rápido em apontar o dedo. "E não mexa com aquele garoto. Ele não parece muito inteligente. E não precisa de alguém como você mexendo com ele."

"Eu não sei o que você quer dizer." Venice revirou os olhos. Ele se afastou, acenando sem olhar para eles. "Não espere acordado."

Vegas balançou a cabeça, esperando até que ele se fosse para olhar para Pete.

"Você colocou um rastreador em sua moto ou algo assim?"

"Você está louco?" Pete estremeceu. "Não. Eu tenho um rastreador nos sapatos dele."

"E os meus?"

"Mm?"

Vegas riu, percebendo. "Pete."

"Mmh."

"Meu amor."

"Sim."

"Você tem meus sapatos rastreados?"

Pete encheu a boca de pipoca, murmurando sons confusos que nem pareciam palavras.

"O quê? Eu não consigo entender."

"Eu disse, claro que sim! Porque se você desaparecer, a única coisa que as pessoas vão me perguntar é ‘por que diabos você não colocou um rastreador no seu marido?’"

"Essa é a única razão?"

"Não."

"O que mais?"

"Se você me trair, as pessoas também vão perguntar, ‘por que diabos você não colocou um rastreador naquele bastardo?’"

"Passei de marido a bastardo muito rápido."

"É apenas um caso de distância Vegas."

Com o braço em volta do pescoço de Pete, Vegas o puxou para dar um beijo em sua cabeça. "Por que esse é o seu maior medo?"

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