Talvez uma orelha

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Apesar de sua febre e fraqueza, Rain tentou lutar contra os homens quando eles entraram na sala para capturar Venice novamente. Foi inútil e ele acabou sendo atingido com tanta força que teve uma hemorragia nasal. Mas ele estava mais preocupado com Venice do que consigo mesmo. Foi bom que o mantivessem no quarto, porque ele entraria em pânico se visse o que fariam com Venice daquela vez.

*

“Acho que sua família precisa de persuasão.” O homem disse. Ele havia se livrado da jaqueta cinza e arregaçado as mangas, o que deixou Venice em algum tipo de angústia. Se aquele cara estava ficando confortável, era um mau sinal. “Vamos jogar um joguinho.”

Venice suspirou. Ele entendeu que a família principal não agia, eles eram inúteis. Mas onde diabos estavam seus pais? Se ele saísse disso vivo, ficaria com tanta raiva deles que pararia de falar com eles o máximo de tempo que pudesse, apenas para fazê-los sofrer. Ele quebraria todas as câmeras de segurança de sua casa, mudaria todos os códigos e os deixaria no escuro. Inferno, ele deixaria o país e sairia de férias com Rain e não contaria nada a eles. Talvez então eles fizessem algo mais rápido do que isso.

“O que devo cortar para enviar para Kinn como presente?”

Ahh, fuck” Venice revirou os olhos, balançando a cabeça. Ele sabia que o carma era uma merda, mas achava que teria que esperar até a próxima vida para receber punição por todos os seus pequenos momentos tortuosos.

“Me ajude aqui. O que eu deveria pegar? Eu não sou irracional. Eu diria seus dedos. Mas você precisa das mãos para trabalhar, certo? Que tal um olho?”

Venice respirou fundo, sem mudar de expressão.

"Apenas um. Você ainda poderá ver. Talvez uma orelha?"

Pegue a porra da minha orelha e Vegas vai te matar. Venice piscou. O que ele poderia dizer que não lhe cortasse a garganta?

“Você não está sendo útil.”

“Você pode pegar minha perna inteira, não vai mudar nada. Kinn é orgulhoso demais para mudar alguma coisa. Ele e seu pai não se importam comigo. Você deveria ter trazido Prapai em vez disso.”

Isso realmente o deixou felizbe Venice se sentiu aliviado. “Isso não é muito fraterno da sua parte. Ele estava pronto para arriscar a vida por você.”

“Sim, porque ele sabia que seu pai iria mexer a bunda por ele. Eu não tenho essa sorte.”

“Vamos testar isso, certo? O coloque em cima.”

Venice foi forçado a subir e teve (novamente) os pulsos amarrados puxados para cima. As amarras foram puxadas com tanta força que seus pés foram levantados do chão e ele lutava entre ter o corpo pendurado e sentir a dor da surra da noite anterior em seu torso. Ele mal conseguia respirar.

Ele observou um dos homens abrir um kit, revelando facas.

“Eu não quero fazer bagunça. Portanto, fique quieto e tudo acabará rapidamente.”

"O que você est-?"

“Vou arrancar seu olho.”

Venice ofegou, perdido num medo repentino. Quando o homem se aproximou, Venice lhe deu um pontapé forte no queixo. Foi um movimento estúpido, idiota, absurdo, e também foi instintivo e natural para ele fazê-lo, especialmente porque ele não estava mais pensando no que deveria fazer ou nas consequências desse movimento. Ele chutou qualquer um que tentasse se aproximar e envolveu um dos homens com as coxas, o sufocando até soltá-lo apenas para chutar outra pessoa. Ele não estava realmente ciente do que estava ao seu redor, ele estava apenas tentando impedi-los de se aproximar, sem tomar cuidado com quem estava atrás dele. A última vez que viu o líder estava segurando o queixo, se recuperando do chute de Venice. Venice não contava que no meio de seu pequeno desabafo, o homem estaria atrás dele com sua faca e esperou o momento certo para esfaquear Venice nas costas, ganhando um grito alto e puro de dor do garoto.

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