A sociedade era tóxica quando se tratava de classes sociais, principalmente com ômegas. Esses são seres considerados como insignificantes e medíocres. Famílias ricas e poderosas usavam seus corpos para o prazer e a luxúria, porém, Sasuke Uchiha vê i...
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- Vai me deixar?!
Sua voz havia saído estrangulada e exasperada. Ele estava cansado, frustrado e decepcionado consigo mesmo, e olhar para Naruto naquele momento o fazia se sentir ainda pior, pois nele estavam as provas de que havia falhado em protegê-lo. E Sasuke sabia, sabia como ninguém, que aquilo só aconteceu com seu ômega por causa de seu trabalho, por causa de quem ele era.
Era exaustivo.
Era deprimente ver o rosto ferido, com lágrimas e sangue seco manchando a pele, assim como o restante de seu corpo mal coberto pelo sobretudo do alfa, que por estar aberto, deixava visível os cortes, os arranhões e as marcas que tomavam várias colorações de roxo.
- Sim.
Quando percebeu, Naruto já havia o deixado ali. Permaneceu calado, parado e chocado durante alguns minutos e só saiu de seu estado de torpor quando percebeu que chorava. Não sabia a quanto tempo as derramava, talvez desde que havia chegado, ou não. Não sabia realmente.
Não lembrava de alguma vez que tivesse chorado desde a morte de sua família. Realmente não lembrava. Seria possível não chorar durante onze anos?
Havia pela primeira vez, desde que assumira a liderança da Sharingan, que fracassara em situações simultâneas.
Não alcançou sucesso em manter seu ômega a salvo e protegido, falhou em proteger Eloise e Kakashi e não teve êxito não como alfa, pai e líder.
Involuntariamente seu corpo se moveu, indo em direção à porta, porém parando quando viu em cima da mesinha redonda de madeira no canto do quarto, a camisola de seu ômega. Desenhou com a ponta dos dedos os detalhes delicado bordados no tecido róseo, e sorriu ao pensar que logo mais, a Seda ficaria apertada no corpo adorável, logo, adoravelmente redondo.
Sentiu o peito doer, e pôde sentir e ouvir o ômega chorando no cômodo ao lado.
Puxou o ar com força, desejava ir até o banheiro e confortá-lo, abraçá-lo e beijá-lo. Mas por enquanto, respeitaria as vontades de seu ômega, até ele estar calmo e ele próprio ter coragem e força para intervir.
Engolindo o nó de algo em sua garganta, e suspirando, deixou o quarto e seguiu para fora em direção ao escritório, levando consigo, a peça de roupa rosada com bordado.
Amava demais Naruto, e por isso o entendia nesse momento. Sasuke tinha prometido protegê-lo contra aqueles que estavam o caçando, mas falhou, e via as consequências disso, e não sabia por onde começar a tentativa de superar e tornar indolor.
Mas ele sentia uma grande mágoa. Poxa! Ele se esforçou! Ele tentou! Ele persistiu! Mas um único erro foi capaz de invalidar os muitos acertos que teve. Era como que em vão.
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Naruto sentiu cada músculo de seu corpo tencionar e suas feridas arderem quando a água quente se encontrou com seu corpo.
