Capítulo 31

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   O sol estava milagrosamente alto em Londres, e o dia estava bonito, mesmo que a tristeza pairasse cinzamente como o cotidiano céu da cidade sobre a propriedade Uchiha

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   O sol estava milagrosamente alto em Londres, e o dia estava bonito, mesmo que a tristeza pairasse cinzamente como o cotidiano céu da cidade sobre a propriedade Uchiha. 

O funeral foi organizado na capela da propriedade Uchiha, que fora limpa e preparada para aquele evento triste. Podaram a flora ao redor e decoraram todo perímetro com flores roxas; uma cor fria e calorosa, amena e solitária, assim como o que estavam sentindo. 

Todos estavam de preto. Minato tinha pesar nos olhos e Kakashi tinha o rosto triste e desentendido. E Sasuke estava abatido. Haviam se passado três dias, os piores desde aqueles sofridos após o sequestro de Naruto, Eloise e Kakashi. Até os empregados estavam desolados. Ninguém pôde se manter indiferente, principalmente depois do grito dilacerante de Sharingan; não depois do choro penoso que sucedeu aquele sonido. 

Um funeral de caixão aberto não era o desejo de ninguém, por isso ele se encontrava fechado. De qualquer forma, não seria uma vista bonita.

A fila seguiu com os familiares, seguido pelos conhecidos, os empregados e por fim, outros que tinham pouquíssima convivência, mas que tinham vindo prestar apoio aos familiares. Todos deixaram suas flores brancas em homenagem ao ômega, as únicas que se destoavam do tom sóbrio de roxo. 

Porém, na vez de Sasuke, o último da fila, não houve quem se mantivesse firme.

— Havia tanta coisa para ele explorar ainda… Havia o que crescer, o que sonhar e conquistar… — sentia que a qualquer momento iria desabar — Pena que o tempo foi curto. Sinto muito, filhote.

A aura de tristeza e dor aumentou, e fez os presentes ofegarem. O ar havia ficado pesado. Direcionaram o olhar para a porta da capela, vislumbrando a figura pálida, abatida e quebrada de Naruto. Naquela hora, após Sasuke ter chegado no quarto, há três dias atrás, não estava morrendo, só estava apagando por causa da exaustão.

De forma indecente, o sol brilhava mais intensamente a cada passo cambaleante que Naruto dava em direção ao altar. Talvez o astro rei apenas quisesse acalentá-lo com seu calor, mas suas cores vibrantes não é calor excessivo não combinavam com o humor do ômega naquele momento. Não combinava com o humor de ninguém.

Seus olhos estavam inchados, seu rosto estava pálido, seu caminhar vagaroso e sua respiração silenciosa enquanto seu era de dor e desolação. Seu corpo ainda estava inchado, pesado e capanga, mal se mantinha em pé, por isso era sustentado por Obito e sua ômega, Rin, os mais controlados da ocasião, já que até os mais apáticos estavam chorosos.

Foi guiado até o altar, onde foi solto, para poder ir sozinho até o caixão grande demais para seu pequeno filhote. Depositou sobre as flores brancas deixadas pelos outros, um buquê de hortênsias brancas e roxas, na esperança de que seu significado estivesse de acordo com o que seu filho poderia ter sentido quando a morte o alcançou e a dor passou. Paz e serenidade. 

Sasuke estava ao seu lado quando não se aguentou mais sobre os próprios pés. O alfa não concordava com sua ida a cerimônia, achava demais para o emocional dele. Mas Naruto não podia simplesmente deixar de ir. Era seu filho, ele havia aguentado muita coisa e muita dor para poder dá-lo à luz junto dos outros bebês. Houve um esforço que ninguém além dele, como gerador daquela criança, sabia o quanto havia custado. Ninguém além dele, o omma, mãe, pai, daquela criança — não importa — sentiria que algo havia emocionalmente se rompido em algum lugar.

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