Me sentia cada vez mais desconfortável com a vontade de agarrar Sebastian ali mesmo. Era estranho estar naquele lugar sozinho com ele e estávamos acostumados a ficar sozinhos.
— Lew... – é claro que ele se arrependeria de falar do meu sorriso, mesmo que não tivesse o porquê dele estar arrependido. Ele sempre me elogiou. — Eu sinto que estamos nos afastando. O que está acontecendo? Eu falei algo?
Me sinto um lixo, eu acabei com nossa amizade por uma paixonite idiota, ele é meu melhor amigo e é claro que querer ele estragaria tudo.
— Não, claro que não. Você é o melhor amigo do mundo, o problema sou eu...
Ele me encara como se eu tivesse acabado de cometer o maior crime, ele coloca o prato vazio de lado e segura minha mão, fazendo meu coração sair pela boca.
— Não fala isso, você não é um problema, Lewis.
— É disso que eu estou falando! — aponto e suspiro ao me levantar. — Como você consegue ser o melhor amigo do mundo mesmo sabendo que eu estou te afastando de mim? Que eu sou...
Paro de falar, eu não ia fazer isso com ele. Não ia falar que eu sou apaixonado por ele. Nunca faria isso, nunca mesmo.
— Você é o que?
— Nada. É melhor eu ir dormir.
Sebastian se levanta junto comigo e segura meu braço. Eu queria que ele entendesse meus motivos, mas isso acabaria com tudo. Sebastian tinha uma família e eu jamais faria algo pra estragar, nossos olhos se encontram e os meus se enchem de lágrimas.
Antes que eu me afastasse suas mãos seguram meu rosto, meu coração estava acelerado e eu queria que ele me odiasse, queria que ele quebrasse meu coração em pedacinhos, queria muito que ele sentisse o mesmo.
— Lewis... — seu polegar afasta uma lágrima teimosa e ele analisa meu rosto lentamente. Eu queria empurrar ele pra longe e puxar ele pra perto. — você não devia chorar, você é tão...
— Para com isso, Sebastian. — suas mãos se firmam em meu rosto e com isso acabamos mais próximos, meu coração estava acelerado e ele mantinha os olhos nos meus enquanto eu me segurava pra não encarar seus lábios.
Mas não sou eu quem me descontrolo primeiro, Sebastian se aproxima ainda mais e encosta o nariz em minha bochecha, sei que seus olhos se fecham e sei que ele sabe que eu me arrepio com aquele toque.
— Sebastian, você precisa...
Minha voz é tomada quando ele encosta a testa na minha e eu preciso me segurar a ele para não cair, nossos narizes logo se encostam também e uma festa se cria dentro de mim. Mas nada se compara quando eu abro minha boca para pedir que ele se afaste mas tudo que eu sinto é sua boca. Sua boca colada na minha. Sebastian estava me beijando.
Suas mãos envolvem meu pescoço e minhas mãos vão para sua cintura, eu não sabia bem o que fazer e o tempo parecia voar, sentia que ele iria fugir assim que percebesse o que estava fazendo mas não foi o que aconteceu.
Ele afastou os lábios do meu mas não se afastou, meu corpo estava tremulo e nenhum de nós dois falou nada. Ele voltou a me beijar agora de forma mais intensa, nossas línguas entram em uma briga por espaço enquanto as mãos dele descem até meu casaco e ele começa a me puxar em direção a sua barraca.
Bom, o resto foi acontecendo e acontecendo e eu já nem lembrava mais os motivos de não ter feito isso antes, quando ele se deitou ofegante ao meu lado puxando as cobertas para cima dos nossos corpos e deitando sobre meu peito eu me lembrei. Me lembrei de Hannah, das meninas, dos meus pais, a decepção que eu seria se alguém descobrisse aquilo. Eu não preguei o olho pelo resto da noite.
Eu era uma pessoa terrível, eu não conseguia nem pensar direito e foi por isso que eu fugi. Foi tudo muito rápido, o sol nem tinha nascido quando eu desmontei a outra barraca e deixei tudo no carro dele antes de pedir um pra mim, o que demorou um pouco levando em conta o local e a hora.
Peguei tudo que tinha que pegar, acordei Roscoe e escrevi um bilhete. Mais uma vez desliguei o celular e só liguei de novo quando cheguei no aeroporto. Angela conseguiu arrumar um jato particular pra mim e eu não tive que enfrentar nada que fosse maior que o necessário para voltar para casa. Tinha quase dois meses que eu não pisava em Monaco mas naquele momento eu desejava nunca ter saído.
— Lewis, o que aconteceu?
Era noite quando eu cheguei e Angela foi me buscar, o carro estava um silêncio e a única coisa que ouvíamos era a respiração de Roscoe.
— Transei com o Sebastian.
É tudo que eu digo, ouço uma alteração na respiração dela mas ela se mantém em silencio prestando atenção na estrada por um bom tempo.
— Lewis, você não tá certo mas não se coloca como principal culpado disso tudo.
— Não existe isso, Angela. Eu estava na casa dele com a mulher dele e as filhas. Eu deveria ter parado ele quando ele me beijou... — encaro a janela e sinto o carro alavancar mostrando como Angela estava se controlando para não falar muito.
— Ele te beijou? Ele te beijou primeiro? Lewis, você tem certeza que o casamento deles tá numa boa? Porque você me disse que ela passa muito tempo fora, não é? — ela me encara por meio segundo antes de entrar no estacionamento do meu prédio.
— Angela, isso não importa. Eu fui um escroto com ela, eu não posso mais falar com ele enquanto sentir o que eu sinto. Por Deus, eu nem sei o que fazer.
Ela para o carro e desce para tirar o Roscoe enquanto eu puxo minhas malas, quando entrei no elevador e encaro meu reflexo no espelho percebo que o casaco em meu corpo era dele.
— Que droga!
Percebo Angela se mover do meu lado enquanto eu ainda me encarava, prestando atenção nas marcas no meu pescoço, conseguia sentir os lábios dele fazendo cada uma delas.
— Oi, Sebastian! — encaro Angela com os olhos arregalados e percebo que ela estava no telefone. Ele já sabia que eu estava bem longe a essa altura. Ela apenas afasta o celular do ouvido e coloca no viva-voz.
— Ei, Angie! Desculpa incomodar a essa hora, pra ser sincero nem sei que horas são aí, mas mesmo assim perdão se eu te acordei ou algo do tipo. Não podia esperar mais, estou tentando ligar para o Lewis a horas, ele meio que fugiu de mim e eu não sei bem o que fazer, só fiquei preocupado e... eu estou falando demais, não?
Ele se interrompe, a voz claramente nervosa e Angela solta uma risadinha, encaro Roscoe que encarava pronto pra latir por ouvir a voz de Sebastian.
— Um pouquinho, querido, mas tudo bem. Como estão as crianças?
— Bem! Mas eu, hmm, você sabe dele, Angie? Ele deixou um bilhete e eu to preocupado com ele, não é do feitio dele fugir assim...
Ele sabia bem que era.
— Acabei de pegar ele no aeroporto, acho que ele foi dormir. Mas aparentemente está tudo bem sim, achei que soubesse que ele vinha.
— Ah, é que marcamos de passar em um lugar antes dele ir. Mas obrigado, Angela, um abraço!
A linha fica muda e a porta se abre, sou o primeiro a passar pegando as chaves da bolsa e abrindo a porta.
— Fala com ele, Lewis!
Ignoro Angela e deixo o celular na mesa indo direto para o meu quarto me esconder do mundo de novo.
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oii, tudo bem? estou montando uma playlist para esse fanfic, se tiverem alguma musica que acha que combine com eles deixe aqui que eu adiciono a playlist 💖
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delicate.
FanfictionA reputação de Lewis estava na pior depois de perder seu 8º título mundial, havia deixado de acreditar em seu potencial e da pior maneira descobriu uma paixão pelo seu melhor amigo. O que o fazia acreditar que se fosse recíproco Sebastian o amaria p...