Sebastian

294 43 4
                                    

No dia seguinte resolvemos ficar pro jantar, Hannah e as meninas foram embora de tarde então eu e Lewis levamos as crianças para passear pela manhã. Foi bom passar um tempo com eles sem Hannah, Lewis deu sorvete pra elas e almoçamos no hotel depois delas mergulharem na piscina. Levei elas ao aeroporto, Lewis resolveu ficar no hotel.

Hannah tentou conversar mas eu ainda estava meio puto com o que aconteceu ontem então apenas ignorei. As meninas estavam animadas para irem a Australia. Prometi que as buscaria em casa já que Hannah disse ter compromisso com seu namorado.

— Papai, pode comprar balinhas pra gente?

Estava despachando as malas delas e tínhamos um tempo antes do embarque. Encaro Matilda e Emilie com aqueles olhinhos pidões.

— Balinhas sem açúcar! Vocês comeram muito doce ontem, hein!

Hannah diz e eu seguro as mãos das duas indo em direção a uma farmácia que tinha no aeroporto, compro os remédios de enjoo infantil que elas costumam tomar, as balas de gelatina sem açúcar e água. Levo tudo ao caixa e sorrio para atendente. Enquanto ela passava aqueles produtos um pacote dourado chamou minha atenção e de forma discreta eu peguei passando pra mulher sem que as crianças notassem. Ela passa e me devolve e eu enfio no bolso e pago tudo.

Levo elas até o portão de desembarque e as abraço apertado. Odiava a parte de viajar a maior parte do tempo sem elas. Odiava me despedir e as deixar sozinha. Sinto meus olhos arderem com as lágrimas mas elas estavam sorrindo.

— Te amamos, papai!

— Amo vocês duas. — beijo a cabeça das duas e sorrio. — Nos vemos na semana que vem, ok?

Me despeço de Hannah com um aceno e espero elas embarcarem para voltar para o hotel. Fiz um caminho tranquilo, pensando em como era ruim ficar longe das meninas por tanto tempo.

Quando chego no hotel vou direto para o quarto e encontro Lewis aconchegado em meu travesseiro e dormindo com a boca entreaberta. Solto um riso baixo, esvazio os bolsos deixando tudo sobre a mesa de cabeceira e me acomodo ao lado dele fazendo um carinho leve em seu cabelo.

— Você voltou... — ele larga o travesseiro e me abraça, o que me faz sorrir. — Muito melhor.

Deixo um beijo leve em sua testa e ele logo volta a dormir, continuo acariciando as costas dele o ouvindo suspirar baixo vez ou outra. Sorrio quando ele murmura meu nome e se vira pro outro lado me puxando junto de forma que ficássemos de conchinha.

Deixo meu celular de lado e me aconchego nele, meus olhos até pesam por um momento, ouço algo parecido com um gemido e ele se move, percebo então que seu corpo estava quente. Meus dedos tocam sua testa mas só sinto o suor em sua pele.

— Lewis, acorda. Você está bem?

O sacudo um pouco e ele suspira mais uma vez, repito o movimento e ele se mexe e abre os olhos assustados puxando as cobertas para cima dele mesmo.

— O que houve? — pergunto preocupado e ele desvia o olhar coçando a garganta.

— Hm, nada, só um sonho...

Ele se joga no travesseiro de novo e se cobre até a cabeça, fico um pouco intrigado com isso.

— Lew...

— Eu falei alguma coisa vergonhosa?

— Se meu nome é vergonhoso, então sim!

Brinco mas ele abaixa a coberta um pouquinho e me encara com o rosto vermelho de vergonha. Faço um careta antes de finalmente entender do que se tratava, ele havia se coberto da cabeça aos pés e estava com aquela cara.

— Sebastian...

— Não, meu amor, você estava gemendo.

Lewis fica roxo e tenta se esconder de novo mas eu puxo as cobertas e o trago para o meu colo, ele fica relutante por um segundo mas relaxa quando junto nossos lábios de forma quase bruta. Meus dedos apertam sua cintura

— Você me chamou de seu amor?

— Chamei!

Ele sorri e passa os braços ao redor dos meus ombros, posso sentir o calor subir em meu corpo e ele sorri ao ver o pacote de camisinhas na mesinha.

(...)

As batidas na porta me fazem resmungar e vestir a bermuda antes de levantar da cama. Lewis me encara e sorri meio cansado. Mas logo puxa as cobertas até os ombros e vira para o outro lado. Roubo um selinho dele antes de ir até a porta e me arrependo imediatamente, Carlos do outro lado sorria simpatico. E Charles parecia apavorado.

— Vocês estão sempre grudados.

Afirmo tentando quebrar aquele clima mas isso parece fazer Carlos ficar pensativo e então vira o rosto na direção de Charles.

— Você disse que estavamos vindo ao quarto do Lewis, mas...

— Eu me confundi.

Carlos olha pra mim de novo parecendo me analisar, eu fico um pouco nervoso e ele balança a cabeça.

— Só viemos perguntar se vocês dois estão prontos. Vamos sair em 20 minutos e você parece que acabou de sair de uma guerra. Vamos atrás do Lewis, até mais!

Encaro ele meio ofendido mas dava pra ver o sorriso divertido em seus lábios, fico aliviado quando eles se afastam e me aproximo da cama novamente.

— Precisamos ir, Lew.

Ele faz uma careta antes de finalmente levantar e ir tomar banho e eu vou logo em seguida, nunca vi Lewis se arrumar tão rápido e logo descemos para a recepção e os meninos já estavam lá. Param de falar assim que nos vê.

— Já tá todo mundo aqui?

Pergunto enquanto Lewis os cumprimentava e logo eles nos guiam até uma van. Lewis senta do lado de Valtteri e Carlos ao meu lado. Charles ainda parecia apavorado.

— Então, vocês dois estão...? — Carlos começa.

— Vocês quem? O que?

— Você e Lewis. Estão juntos?

Encaro Charles que balança a cabeça em negação de forma desesperada.

— Charles contou?

— O que? — Carlos franze o cenho e eu também. — Ele sabia? Você sabia? Pera aí, é verdade? EU SABIA!

— Cala a boca, Carlos!

Vejo o momento que Lewis vira a cabeça e sorri em minha direção.

— Sim, Carlos. Estamos juntos.

Foi tudo que eu disse até o fim da viagem mesmo que agora Carlos estivesse falando sem parar.

delicate.Onde histórias criam vida. Descubra agora