Não se incomodou em subir as escadas e deixar o andar de baixo para Hoseok explorar. Depois daquilo precisava de alguns minutos sozinha para entender o que tinha dado nela.
Não sabia de onde tinha tirado coragem para dizer aquilo, não sabia nem de onde tinha vindo. Apenas saiu. Uma provocação involuntária que provavelmente era apenas frutos dos hormônios e do tempo de convivência ao lado do rapaz mais bonito e incrível que Mia já conheceu.
Provavelmente.
Suas bochechas demoraram a parar de queimar e só então se preocupou em agir e ver o que aquele lugar escuro e úmido tinha para oferecer, com o pensamento que seu coração acelerado era única e exclusivamente pela expectativa do que poderia encontrar dentro dos quartos daquela mansão mal assombrada. A escada dava em um corredor cumprido ainda sob aquela luz bruxuleante e arroxeada. Três portas, duas à esquerda e uma à direita.
Assim que Mia girou a maçaneta de uma delas a madeira cedeu, revelando uma sala de estar ampla com um piano de cauda no centro, os sofás e poltronas ao redor estavam destruídos pelo tempo, ao canto uma mesa com dezenas de partituras espalhadas por cada espaço, mas o que prendeu sua atenção foi a parede onde a tinta escorria do quadro de uma noiva que parecia chorar e abaixo dele a tinta se juntava formando uma poça que escorria pela madeira e formava algo quase que perfeitamente legível.
“toque”— Que porra — sussurrou para si mesma passando a mão pelo cabelo em frustração.
— O que encontrou aí em cima? — Quase tinha esquecido que seu rádio estava ligado.
— Estamos na droga de um escape room.
— Nem fodendo — Ele riu desacreditado e olhando ao redor tudo fez sentido. A atmosfera sombria, a falta de qualquer coisa viva, a impressão de que aquele lugar tinha uma história para ser descoberta e o caminho linear de portas trancadas e becos sem saída.
— Tudo fudendo, mi amigo — Simplesmente não estava com cabeça para resolver um enigma para sair daquele lugar, isso se as coisas ali estiverem funcionando direito. —Vamos ter que botar a cabeça para funcionar.
— Desde quando fala espanhol?
— Uhm... desde sempre? — respondeu sem raciocinar demais. — Cresci com a minha mãe falando em espanhol comigo porque não queria que eu perdesse contato com a raízes e toda essa história aí. Nunca tinha comentado ou falado perto de você?— Não — Ele soou animado do outro lado do rádio e sabia que ele tinha um sorriso tomando os lábios dele. — Qual país?
— Colômbia — Era estranho falar de coisas do mundo fora dali. Como será que sua mãe estava? Quanto tempo se passou exatamente? Será que estava a procurando? — Estamos perdendo o foco, Hoseok.
— Certo, certo. Não vamos precisar resolver enigma nenhum — Antes mesmo que ela pudesse perguntar sobre ele a interrompeu. — Desce aqui.
Escutou os passos dela se aproximando depois do rádio ser desligado, o chão rangendo abaixo dos pés dela e logo Mia passou porta da sala de jantar em que ele estava parado a esperando. Não conseguiu segurar o sorriso ladino ao vê-la e notar como ainda estava envergonhada pelo que tinha acontecido, decidiu muito rapidamente que o melhor a fazer era deixar essa situação para lá, mas não significa de desistiria de continuar vendo o limite daquele joguinho perigoso que ela resolveu jogar com ele.
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N.E.O.N » » Jung Hoseok
FanficNova era: a ordem nociva, uma experiência RPG que promete revolucionar o mundo dos jogos. "O paranormal vem para a nossa realidade de maneira curiosa, se aproveitando de mentes quebradas para se manifestar e contaminar nosso mundo, trazendo o pior d...