Até abrir os olhos doía, então Mia ficou com eles fechados. Respirar fundo doía duas vezes mais e a sensação da dor era tão real que pensou que finalmente tinha acordado daquele pesadelo. Sentia as costas contra algo sólido e as mãos pinicando ao tocar em algo espetado.
Grama?
— Como se sente? — Alívio apossou por todo o corpo ao escutar a voz dele.
Não tinha acordado do pesadelo, mas Hoseok estava ali com ela. Era tudo o que importava.
— Como se um carro tivesse me atropelado. — A voz dela saiu fraca e rouca, ele riu e foi o suficiente para que Mia se forçasse a abrir os olhos, encontrou um Hoseok encostado a uma pedra bem ao seu lado, a expressão preocupada no rosto enquanto a encarava deitada sem querer se mover.
— São os analgésicos — Nem mesmo precisou pedir a ajuda dele para se sentar, já estava a firmando, os braços ao redor dela com todo o cuidado possível. — E você estar apagada por umas oito horas também.
— Oito? — Olhando ao redor, não reconhecia o lugar que estavam, nada parecido com o cantinho que eles chamaram de casa nos últimos meses, uma caverna talvez, iluminada per uma fogueira pequena, encontrou apenas sua jaqueta e as máscaras jogadas no canto justo das armas. — Ainda estamos no parque?
— Perto. Consegui tirar a gente de lá quando o lugar foi purificado, fica perto de onde escondemos a moto.
— Achei que tinha tomado coragem para pilotar minha moto.
— Só nos seus sonhos — Se afastou para pegar água para ela. — Estamos seguros, é o que importa. E não queria arriscar te mover para muito longe sem saber como se sente.
— Vai ser um pouco mais difícil se livrar de mim — Sorriu para ele, mas o rosto dele ainda estava sério.
Os olhos escuros dele a estudaram, intenso, nada comum para aquele homem que estava sempre sorrindo, sempre barulhento. Hoseok se mexeu devagar, segurando a mão dela e a apertando uma vez.
— Fiquei com medo de te perder — Aquela confissão fez Mia retribuir o aperto e entrelaçar os dedos nos dele.
No fundo ela também não queria dizer adeus, não queria acordar se isso significasse não tê-lo em sua vida e ainda sim, era assustador admitir isso. Hoseok tinha se tornado alguém mais que especial, um amigo, um companheiro, um porto seguro naquele mundo de merda.
— Obrigada. Não sei o que faria sem você.
— Somos dois lobos solitários que não conseguiriam ficar sozinhos, que ironia — Mia riu das palavras dele mesmo que aquilo fizesse tudo doer.
Hoseok segurou a língua. Tinha mais confissões que gostaria de fazer, sobre como adorava fazê-la rir porque amava o som, como não queria que ela se afastasse porque o toque dela era a única coisa que fazia sentido e que parecia real, como as vezes que flertava brincando com ela não eram brincadeiras, mas não diria serem reais porque considerava a amizade e companheirismo que eles têm a coisa mais importante naquele mundo. Ele não diria nada disso.
Não diria nada por medo de perder a única coisa boa que tinha consigo, mas também não conseguia a afastar.
Mia encostou a cabeça sobre o ombro dele, a dor aguda fisgando seu lado.
— Você deveria comer algo e voltar a descansar, vamos ter que ficar aqui até a noite terminar de qualquer forma.
— Você já comeu? — perguntou e ele respondeu que não rapidamente. — Me diz que esse chefe redeu algo decente pra comer.
Hoseok riu e finalmente se afastou, se esticando para pegar a bolsa e tirar duas barras de proteína e entregar uma para ela.
— Um banquete — O comentário irônico o fez sorrir, sabia eu ela diria algo do tipo. — Quando eu estiver melhor, vou caçar algo e fazer uma refeição de verdade para nós dois.
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N.E.O.N » » Jung Hoseok
FanfictionNova era: a ordem nociva, uma experiência RPG que promete revolucionar o mundo dos jogos. "O paranormal vem para a nossa realidade de maneira curiosa, se aproveitando de mentes quebradas para se manifestar e contaminar nosso mundo, trazendo o pior d...
