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𝙵𝚊𝚒𝚛𝚢 𝚝𝚊𝚕𝚎 - 𝚂𝚎𝚘𝚛𝚒 𝟹:𝟹𝟽

— Lore entretenimento — Ela leu o que estava escrito no e-mail em voz alta como se estivesse se preparando para o que estava por vir, revezando o olhar com a placa no edifício a frente. Não era tão grande quanto imaginava, mas naquela parte de Seul não tinham tantos prédios. Pessoas andavam de um lado para o outro e conseguia distinguir várias cores de luz neon do lado de dentro.

Suas mãos suavam frio pela quebra brusca em sua rotina, aquele frio na barriga inquietante. Guardou o celular no bolso do casaco, para então passar as mãos pelo cabelo cacheado que teve tanto trabalho para deixar volumoso quando acordou, ainda tinha as pontas descoloridas e suspirou anotando em algum lugar da cabeça que já estava grande o suficiente para corta-las fora de uma vez e ficar apenas com o castanho natural que não aparecia a muito tempo. Os olhos angulados e escuros demoraram a se desviar do lugar com pessoas vestidas de preto na entrada para dar atenção à figura escandalosa que pagava o taxista.

— A volta é por sua conta — disse enquanto corria para alcança-la. — Certo, dona Mia Gonzales?

— Errado, dona Anne Marie — Mia respondeu prontamente, afagando o cabelo crespo da mais nova e ouvindo ela reclamar no mesmo segundo mesmo que ainda carregasse um sorriso no rosto. — Por mim, teríamos vindo de moto sem problemas. Você que insistiu em pegar um táxi.

— Eu lá sou louca de andar na garupa daquela sua máquina mortífera?

— Não fala assim da minha filha — Sorriu para a expressão emburrada no rosto de Anne. — Ela tem sentimentos, sabia?

— Não vou nem perguntar se ama mais ela porque sei que vou receber um sim — Mia assentiu, sorrindo para a falsa indignação no rosto delicado com as bochechas rosadas de Anne se destacando na pele escura como um céu noturno de inverno, tão escura quanto a dela.

Passaram a andar devagar até o edifício, aproveitando para observar as pessoas que também chegavam para aproveitar aquela nova e curiosa experiência.

— Sabe se o JK também recebeu o convite? — Mia ergueu as sobrancelhas para a pergunta, numa expressão sugestiva que fez Anne a empurrar para o lado. — Não me olhe assim!

— Eu não fiz nada — Ergueu as mãos ainda sorrindo. —, mas até onde eu sei o seu amado Jungkook fez a inscrição, mas não me disse se recebeu o e-mail confirmando.

— Para com essas ideia torta aí.

— Eu vejo vocês dois flertando um com o outro há anos, acha mesmo que eu vou parar de me iludir? — perguntou séria, afirmando que aquilo não era uma mera brincadeira jogada ao vento daquela manhã.  — Aguardo ansiosamente pelo dia em que vocês vão se acertar.

— Podemos focar em entrar e descobrir onde nos metemos e mudar de assunto?

Antes mesmo que Mia pudesse responder para seguirem em frente e entrarem no prédio repleto de luz neon, sentiu um braço sobre o seu ombro, teve um vislumbre das tatuagens que cobriam todo o antebraço e reconheceu o perfume forte que sentia todos os dias assim que chegava no trabalho.

— Sobre o que vocês estão cochichando? — A voz de Jungkook faz com que ambas se assustem e olhem para o sorriso no rosto dele. — Qual é a fofoca da vez?

Em todos os anos que o conheciam ainda tinha o mesmo rosto com os grandes olhos adoráveis e o sorriso aberto, o cabelo recém cortado e castanho escuro ainda era liso e rebelde como no dia em que se conheceram, mas agora, Jungkook era um homem alto e bonito que roubava suspiros de Anne toda vez que brincava com o piercing que tinha no lábio inferior ou simplesmente sorria para ela.

— Anne estava perguntando se você tinha recebido o convite.

— Para a felicidade das minhas queridas amigas eu recebi — Apertou os braços ao redor delas, naquele abraço apertado e caótico que apenas ele sabia dar. — Acham mesmo que eu ia deixar vocês explorarem essa beta inteira sozinhas?