𝙰 𝚀𝚄𝙴𝙳𝙰 - 𝙶𝚕𝚘𝚛𝚒𝚊 𝙶𝚛𝚘𝚘𝚟𝚎 3:10

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A tenda era muito maior de perto. Uma grande construção intacta que se destacava tanto em meio aquele parque destruído e cinza.

As luzes Amarelas e laranjas subiam pelas paredes, outra surpresa ao chegar mais perto. Paredes altas de madeira que impediam que visse qualquer coisa do lado de dentro exceto pela entrada repleta de luzes piscantes que mostrava um corredor largo para a escuridão de dentro.

Os dois agentes trocaram um olhar rápido e mesmo sem verem os olhos um do outro assentiram, sabiam o que fazer, como agir. Já tinham feito isso tantas vezes que nem ao menos precisavam trocar palavras em busca de compreensão. Hoseok ia na frente, katana e pistola em punhos, passos silenciosos como um felino e só era traído pelo próprio coração acelerado que retumbava nos ouvidos, aprendera a controlar a respiração para diminuir qualquer som, no entanto, jamais se acostumaria àquela sensação de estar caminhando para a morte. Mia estava logo atrás, lanterna desligada e fuzil carregado firme em mãos, a mira não falharia para proteger seu companheiro, nunca tinha falhado e seu coturno de couro mal fazia som contra o chão de terra batida.

A máscara não diminuiu tanto a visibilidade, ainda sim, era um peso estranho contra seu rosto.

Pelo que viram do mapa antes de entrarem o lugar era dividido em três partes: A primeira era o corredor amplo que seguia para a esquerda e circulava ao redor do picadeiro até a metade do caminho, a segunda era uma sala grande nos fundos conectada ao corredor, Mia ficou alguns minutos teorizando sobre o que poderia ter ali para entreter os espectadores, estava se preparando para tudo a esta altura. Por fim tinha o centro das atenções de um circo, o picadeiro enorme bem no meio da estrutura.

É onde encontrariam o foco.

As luzes diminuíram assim que eles viraram para o corredor, a escuridão não era acolhedora dentro de uma dungeon, não mesmo e como se sentisse a presença deles uma música baixa começou a tocar.

Uma caixa de música, uma melodia que enviou um arrepio pela espinha do rapaz e o fez jurar que se a situação fosse diferente ele já estaria muito longe dali. Odiava esse seu lado medroso que sempre gritava mais alto, ansiedade correndo pelas veias e sussurrando em seu ouvido que tudo daria errado e que deveria correr dali o mais rápido possível, contudo quando olhava para o lado via que Mia estava ali, que ela não tremia e lutava dia após dia para sair daquele lugar e continuar viva, aprendeu tanto com ela e tentava ser mais corajoso como ela, parecia nunca ter medo, nada a assustava, nada a fazia deixar de erguer a cabeça e continuar jogando.

Como em uma recepção calorosa figuras brilharam nas paredes, desenhos e coisas escritas que seriam incríveis em outra situação, mas ali era quase como um mal presságio, luzes neon, cor, nunca era bom sinal. A tinta brilhava na luz negra e mostrava qual caminho seguir, suas máscaras de resina branca brilhavam sob a luz e aquele corredor parecia não ter fim.

Ele parou de repente, ainda ouvindo a caixa de música ecoando pelo lugar, mas tudo ficou abafado por um momento. Já tinha visto tantos corpos, tanta morte desde que chegou naquele mundo que se sentia anestesiado, mas encontrar o corpo de outro agente...
Sempre real demais.

O cheiro de sangue seco e podridão encheu seu nariz e precisou de muito autocontrole para não vomitar com uma imagem daquelas.

— O que... — A voz dela morreu ao notar o corpo pendurado na parede, preso pelos ombros.

Um sorriso estava cortado de um lado a outro do rosto da mulher de cabelos vermelhos que mal passava dos ombros, sua cabeça pendia para o lado e os olhos arregalados em horror, a perna direita estava torcida em um ângulo irregular e o rastro de sangue escuro do corpo dela ia até mais a frente no corredor onde outro corpo estava encostado no chão com o mesmo sorriso sangrento estampado no rosto, mal via os olhos do rapaz de cabelos escuros e Mia agradeceu por isso, mesmo assim não foi o suficiente para não os reconhecer.

N.E.O.N » » Jung HoseokOnde histórias criam vida. Descubra agora