Mia agradeceu pela máscara que cobria seu rosto, cacos de vidro voaram ao redor e se qualquer um daqueles pegasse em seus olhos não teria volta. Sentia os braços de Hoseok apertados aos ser redor enquanto a mantinha abaixada junto de si.
A risada estridente os fez erguer o olhar e só tiveram tempo de se jogar para o lado quando o palhaço investiu contra eles, faça afiada em punho e um sorriso maníaco no rosto.
— Vamos! — Ele se movimentava rápido, correndo ao redor do picadeiro sem ficar parado e zombando dos dois que se colocavam de pé o mais rápido possível. — Cadê o pow pow pow?
Ele fez uma arma com a mão livre da faca e mais vidro se estilhaços ao redor.
Mia mordeu o interior da bochecha, os tiros mal acertando o filho da mãe que desviava sem dificuldade das balas e dançava ao redor dela. Nesse ritmo ficaria sem munição. Outro tirou soou, o revólver nas mãos de Hoseok soltando uma bala que passou direto pelo ombro, sangue escuro jorrou e a risada alta ficou estrangulada na garganta por um segundo.
— Onde está a diversão? — Avançou contra o agente que escapou por pouco de um corte mais sério na coxa ao rolar para o lado. — Cadê a raiva?
Ele se virou e com um corte liso a espada longa abriu um rasgo nas costas do palhaço, junto com o som seco dos tiros do fuzil que fez cerca de três buracos de bala na parte superior das costas. O palhaço caiu, a cartola saindo da cabeça e o sorriso se desfazendo de uma vez, ele girou a faca nos dedos ao se levantar e avançou.
Hoseok não o deixou passar, um tilintar alto ecoou ao chocado metal da katana contra a faca segundos antes de o cortar na lateral do pescoço, mais tiros soaram, a agente tinha praticamente descarregado um pente e seu parceiro nem tremeu, sabia que ela não o aceitaria. O palhaço cuspiu sangue na máscara dele e o empurrou para longe, se virando para Mia já começando a cambalear.
— Agora deixou de ser engraçado — sua voz tinha engrossado e como se a plateia estivesse viva, vaias ecoaram pela tenda.
Atirou novamente ao notar que voltaria a se mover e viria para cima dela, uma bala a menos do seu último pente, 29 tentativas restantes, 29 chances de permanecer viva.
Só teve tempo de desviar a faca que teria pego direto no peito, seu pulso doeu ao ser derrubada e empurrar a faca para o lado, queria acabar logo com isso, queria continuar viva, queria acordar deste maldito sonho sem fim.
Sentiu o peso sair de cima e agora era Hoseok quem estava rolando no chão com o chefe e não perdeu a oportunidade de descarregar mais alguns tiros nas costas do palhaço que tentava recuperar a faca que tinha escapado de seus dedos e segurava o homem pelo colete e o batia contra o chão.
Tudo aconteceu muito rápido.
O palhaço recuperou a faca e Hoseok o empurrou para longe o suficiente para firmar a espada nas mãos e atravessar o peito do palhaço até o cabo. O corpo amoleceu sobre ele com a multidão ao redor vaiando até que o som desaparecesse aos poucos e restasse apenas a melodia do silêncio, partículas azuis explodiram para todos os lados e tudo se aquietar magicamente.
Teria ficado estirado no chão por mais alguns segundos para recuperar o folego, mas um som quebrou o silêncio, um gemido de dor baixo e quase imperceptível.
Ergueu o olhar e viu onde o filho da puta tinha atirado a faca quando Mia tirava a máscara e encarava a própria mão pintada de sangue, vermelho e viscoso. A faca na lateral do abdômen não chegou a entrar até o cabo, mesmo assim, não conseguiu raciocinar com a dor e a visão do sangue escorrendo, suas pernas vacilaram, a visão ficou embaçada e o coração disparou ao ponto do peito doer. Não arriscou tirar a faca, pelo pouco que sabia aquilo poderia causar uma hemorragia, caiu de joelhos no chão de terra batida, as mãos tremendo ao encarar um Hoseok preocupado que corria até ela e retirava a máscara para então se abaixar ao seu lado e a ajudar a deitar, rapidamente tirando o fuzil de perto dela e pegando o quite médico que tinha consigo na mochila.
— Porra! Mia, fica acordada — a voz dele estava distante, cada vez mais longe. Ele tentou não se desesperar, precisava ficar calmo por ela, mas tinha muito sangue. — Olha pra mim, se concentra na minha voz.
Fez o que ele pediu, admirando o perfil do rosto dele enquanto ele limpava as mãos com álcool, o quanto o cabelo castanho dele tinha crescido nos últimos meses, o quanto o toque dele era delicado. Não seria tão ruim se essa fosse sua última lembrança e quase riu com esse pensamento, mas a dor que veio quando ele puxou a faca a fez fraquejar.
— Fica comigo, eu vou cuidar de você — Tentava com todas as suas forças manter os olhos abertos, mas suas pálpebras estavam pesada e absolutamente tudo rodava, o enjoo não ajudava em nada. — Vamos sair dessa.
Acreditou fielmente nas palavras dele, queria dizer a ele o que estava em sua mente, que sabia que ele conseguiria, que estava tentando com ele, que estava feliz por ele estar seguro, mas tudo se embaralhava e apenas uma única coisa passou por sua cabeça antes de se entregar a escuridão:
Eu confio em você, Hoseok.
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Tô sumida né?
Eu sei eu sei, o fim da faculdade tem me consumido de um jeito absurdo, mas eu não desisti desse projeto.
Juro juradinho que vou levar ele até o fim.
Não esqueçam de deixar aquele votinho maroto.
Beijos amores
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N.E.O.N » » Jung Hoseok
FanfictionNova era: a ordem nociva, uma experiência RPG que promete revolucionar o mundo dos jogos. "O paranormal vem para a nossa realidade de maneira curiosa, se aproveitando de mentes quebradas para se manifestar e contaminar nosso mundo, trazendo o pior d...
