N.E.O.N » » Jung Hoseok

𝙴𝚢𝚎𝚜 𝚘𝚏 𝚕𝚒𝚟𝚎 - 𝙳𝙿𝚁 𝙲𝚁𝙴𝙰𝙼 1:44

Não há nada mais assustador do que um parque de diversões abandonado.
Seria um lugar cheio de vida, com pessoas sorrindo, crianças gritando em euforia e casais passeando de mãos dadas em encontros tímidos e românticos. Tudo deveria soar como música divertida e algodão doce, mas a realidade que encontraram fazia um calafrio percorrer a espinha.

A vista do alto não tornava nada melhor. Era possível ver cada brinquedo aos pedaços, metal espalhado para todo canto como se algo grande tivesse demolido tudo aquilo, a montanha russa estava incompleta e o carrinho quase caia pendurado nos trilhos, a roda gigante faltava carrinhos e vinhas subiam por toda estrutura, a casa mal assombrada caía aos pedaços. Imagens de palhaços se deteriorando e maltratados pelo tempo estavam por todo lugar e tudo está nesse mesmo estado destruído e abandonado, exceto por uma tenda enorme de lona vermelha bem no meio daquele lugar. Luzes amarelas davam ainda mais destaque àquele lugar alegre e colorido com uma atmosfera melancólica e cinza ao redor.

DRAMA’S CIRCUS

O letreiro piscava em diversas cores e os dois agentes não tinham dificuldade de vê-lo, mesmo que ainda estivesse longe do anoitecer.

— Que o chefe não seja um palhaço.

— Trauma de infância? — Mia perguntou naquele tom sarcástico que era mais que rotineiro vindo dela, o rapaz riu e negou com a cabeça.

— Quem não tem medo de palhaços, Mia? — Riu de como ele parecia indignado. — Sempre com aquele sorriso e a maquiagem assustadora, só sendo psicopata para não sentir um tiquinho que seja de medo.

Se lembrava bem de um dia no parque com Jungkook e Anne, a aura animada e caótica que os dois tinham quando estavam juntos. Tinha plena certeza que Hoseok se daria muito bem com eles.

Concordou por fim quando também não gostava muito de palhaços.

— Assustadores e saídos direto de American horror story.

— Nunca tive coragem de assistir — Hoseok comentou dando de ombros o que fez o sorriso de Mia aumentar.

— Pois quando sairmos daqui é a primeira coisa que vamos fazer juntos — Foi quando desviou o olhar do parque ao longe para o rapaz ao seu lado a tempo de ver o sorriso que apareceu no rosto dele. — Topa?

— Só se você segurar minha mão quando eu estiver com medo — disse fazendo olhinhos de um cachorro que caiu do caminhão de mudança e não viu outra alternativa senão assentir para aquele pedido.

— Nem parece que é o mesmo cara que mata monstros todo dia com uma katana e uma pistola — O empurrou pelo braço e voltou a observar o perímetro.

As entradas estavam bloqueadas por escombros e os muros eram altos demais para pular.

— Vê algum monstro?

A cacheada perguntou já que ele estava com um binóculo em mãos. Muitos monstros juntos poderia significar que uma entrada estava próxima. O rapaz negou rapidamente, seguindo o olhar em volta dos muros e portões que conseguia ver.

— Não do lado de fora — Isso fez com que ela apertasse os olhos para conseguir ver se algo se mexia dentro dos muros. — Nada de novo, alguns cães comendo uma carcaça antiga de alguma coisa e... Aquilo é um Wendigo?

Entregou o binóculo para que ela pudesse ver e apontou na direção onde a maior parte dos cachorros corria como se estivessem fugindo de algo. Era exatamente o desenho que tinha feito daquela criatura que encontraram há algumas semanas. O esqueleto claro de um cervo com dentes afiados cobria o rosto e de longe podia jurar que se tratava de uma pessoa muito alta, mas não havia nenhum rosto abaixo da máscara, os olhos eram vazios e uma camada espessa de pelo cobria todo o corpo humanoide, as mãos alongadas tinham garras afiadas e se mexia rápido como uma sombra atrás dos cães que se tornavam meras presas indefesas perto dela.