STONE HEART • supercorp

07.

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Metrópolis, 1960

O som de Country saindo do rádio da loja, vestidos rodantes e mulheres bonitas, hippies, fazendeiros, vendedores e crianças correndo era o tom da cidade naquela manhã.

A feira da cidade estava cheia, com famílias andando, mães com cestas cheias de compras, pais levando seus filhos para uma volta e o doce som da música que eles tanto adoravam. O parque de diversões estava cheio, as bancas dos feirantes lotadas e o cheiro de doce, pipoca e cerveja preenchia cada pedaço daquele lugar, parecendo ser estranhamente acolhedor.

Jeremiah e Kieran andavam lado a lado, segurando uma sacola de compras. Jeremiah cumprimentava as moças que passavam ao seu lado, algumas o reconhecendo e outras flertando com ele.

— Metrópolis sempre está cheia — Ele sorriu — Está se divertindo, Kieran?

A Luthor olhava para o outro lado da rua, para uma loja de roupas.

— Está um clima agradável, não acha? Preciso de algumas roupas novas.

— Precisa de uma festa, sabia? — Jeremiah olhou para a vitrine de vinhos e queijos — Podemos vir na cidade novamente, tem um bar que...

— Não tenho interesse — Ela acenou com a cabeça para um velho conhecido de seu pai — Talvez quem sabe a próxima.

Jeremiah suspirou. Domingo era dia de feira na cidade e isso significava que era dia de trazer os peões para a cidade, dar o pagamento da semana e deixá-los aproveitar a folga do dia. Com os animais cuidados, os irmãos Luthor andavam pela cidade.

Jeremiah sorriu ao ver Eliza pela vidraça de outra loja. Ela comprava tecido e fitas, onde parecia saber o que fazia. Ela estava acompanhada dos outros criados da fazenda. Os homens confiavam cegamente que Eliza pudesse coser algumas camisas e casacos, consertar buracos de quedas dos cavalos e até uma roupa ou outra para ir nas festas dominicais da igreja.

Kieran parou perto de uma barraca de geleias artesanais. Distraída, ela se virou para ver o movimento da feira, quando viu Luiza.

Com um homem.

Eles pareciam discutir algo, encostados entre o beco que dava acesso para as casas mais antigas da cidade.

Ela usava um vestido florido rodado, com os cabelos presos com uma fita em um penteado diferente. Sua boca marcada por um batom rosa e olhos azuis como o céu, estavam em foco ao rosto do rapaz, que fumava um cigarro e tentava persuadi-la de algo.

Ela sorriu com a expressão dele, fazendo Kieran fazer uma cara de tédio.

— Isso é geleia de frutas?  — Jeremiah chegou perto da banca — Ora, o que foi? Que cara é essa?

Seu olhar seguiu o olhar da irmã para Luiza, do outro lado da rua.

— Quem é ele? — A morena perguntou.

— MinEl. O ex namorada de Luiza. Eles devem estar brigando. Talvez ela foi um puta com ele novamente.

— Ela sempre é assim?

— Assim como? Com homens rastejando aos pés dela?

— Digo de fazer com que os homens tenham raiva dela. Não parece que ele está rastejando para ela.

— MinEl é difícil de persuadir. Homens como...

— Pouco me importa — Ela pegou um pote de geleia — Gostaria de levar essa.

Jeremiah riu da reação da irmã.

Definitivamente, o Luthor mais velho via Kieran como um irmão, cresceu entre homens, é vista como homem.