11.

41 4 3
                                    

[...]
Rodeio de Metrópolis,
Outubro de 1960.

— E a grande campeã da montaria em touros desse ano é Luiza ZorEl Danvers, senhoras e senhores!

Ela já não se encontrava dentro da arena, mas escutava o locutor dizer seu nome diversas vezes para a plateia que estava se preparando para receber outras provas. Nisso, ela percorria a feira agropecuária, com sua medalha e seu troféu, andando ao lado de Jeremiah que fumava um cigarro de palha e cumprimentava as moças que passavam por eles.

— Sabe, devíamos pegar algumas dessas garotas e fazer uma festa, que acha? — Jeremiah sorriu para uma delas, piscando de maneira sensual. De cabelos negros e olhos castanhos claros, Jeremiah era um pecado para algumas damas que sempre viviam a olhar para ele.

— Não, estou bem — Luiza acenou para um dos colegas de trabalho — O que eu perdi enquanto estava na arena?

— Vendemos alguns cavalos para uma das fazendas vizinhas. Eliza está vendendo muito bem na tenda de produtos naturais da fazenda.

— E Kieran? Onde está ela?

Jeremiah parou e encarou a loira. E tentou segurar a pergunta que estava entalada em sua garganta há dias.

Ele sempre era um bom observador. Notava tudo o que acontecia na fazenda, com os peões e com Eliza. Até mesmo com seu pai, aquele lixo ranzinza que ocupava espaço e vivia falando dele e de Kieran para os quatro cantos ao vento.

E principalmente observava o que estava acontecendo com Kieran e Luiza.

Suas primeiras observações foram quando eles voltaram do celeiro naquela manhã. Eles voltaram muitos próximos, rindo de alguma coisa. Em algum momento quando deixou Eliza dormindo na cama, ele viu que Kieran segurou rapidamente a mão de Luiza antes de entrar em casa. Parado na janela, Jeremiah viu que a loira esfregou o local onde a mão de Kieran tocou a dela e ela deu um sorriso largo, tirando o chapéu e jogando para cima, antes de dirigir para o dormitório dos peões.

Também notou que a ida para Metrópolis foi com Luiza sempre falando o quão bem a Luthor estava fazendo aos cavalos, que estavam saudáveis e seriam rapidamente vendidos. Também notou que a morena antes de montar a tenda de venda, encarou Luiza e lhe deu tchau e um boa sorte de longe.

Ele não queria tirar conclusões precipitadas sobre o que estava acontecendo, mas algo lhe dizia que aquilo era muito estranho.

Estranho demais para duas mulhers.

Desviando seus pensamentos, encarou para os olhos azul ciano de Luiza. Ela que estava com os cabelos maiores, usando suas típicas roupas de cowboy e ostentava uma medalha e o troféu entre as mãos, parou e sorriu para ela.

— O que foi, Jeremiah?

— O que está acontecendo entre você e Kieran?

Luiza rapidamente apagou o sorriso de seu rosto.

— O que quis dizer com isso?

— Pergunto-me sempre qual a aproximação de vocês duas.

— Kieran é minha chefe. E uma boa amiga. Por que da pergunta?

— Por nada — Jeremiah balançou a cabeça — Besteira minha. Kieran está na banca com Eliza e eu acho que... Ei, para onde vai?

Luiza corria entre os transeuntes do rodeio.

— Busque umas cervejas para nós — Ela gritou, correndo e segurando o chapéu — Lhe pago depois!

Ela desapareceu entre as pessoas e da visão de Jeremiah, que coçou a cabeça.

STONE HEART • supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora