14.

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14 de outubro
Stone Heart, 1960

Luiza Danvers estava olhando para o caderno de composições enquanto tentava procurar algo que rimava com amor.

Era uma tarde de tempo de vento. A chuva poderia chegar a qualquer momento, e ela só queria pensar em uma maneira de aproveitar o curto tempo de descanso.

Em seu casaco de outono, ela estava com seu violão. Escondida no celeiro onde ela varreu e jogou um velho colchão do dormitório dos peões, ela passava algumas horas aproveitando o silêncio para escrever algo.

Ultimamente, ela queria escrever algo diferente. Algo sobre amor e ganhos.

Foi quando os olhos de Kieran apareceram na sua mente, lhe dando gás para escrever algo. Pensou na risada dela. No som que suas botas faziam quando chegavam na casa principal depois de um dia árduo de trabalho. Das reclamações adoráveis sobre seu corpo estar doendo para Eliza. Dos seus óculos quando ela estava lendo no escritório, ou quando ela estava estudando o livro de contabilidade da fazenda.

Pensou nela no dia do rodeio. E quando seu casaco ficou com seu perfume.

Com vergonha, andou até o celeiro vendo o céu nublado em algumas nuvens de chuva. Nisso, trovões foram a sua trilha sonora até a chegada do celeiro.

Quando conseguiu escrever algo, tocou alguns acordes. Sorriu ao conseguir fazer um trecho. Escutou a chuva, e então tentou distrair-se, olhando as velhas janelas quebradas do celeiro, enquanto o tempo mudava.

Pensou em dormir encostado quando escutou o som de um relincho e um barulho. Com pressa, deixou o violão e o caderno no colchão e desceu correndo para a fresta quebrada do celeiro.

Eliza estava montada em um dos cavalos selados. Molhada, com seu vestido de verão colado em seu corpo e seus cabelos encharcados, ela tremia de frio.

— O que você está fazendo aqui? — Ela gritou — Eliz!

— Kieran!  — Ela desceu do cavalo, o puxando pelas rédeas. O animal tremia como ela, nervoso pelos trovões — Kieran desapareceu, Luiza!

— Como assim desapareceu? Ela estava com Pudding! E o potro, cadê o potro?!

— A tempestade começou, a ponte quebrou. Jeremiah tentou ir atrás dela, mas o carro enguiçou — Ela abraçou o tronco da irmã — Noah disse que era pra deixar Kieran que ela apareceria, mas vai fazer mais de duas horas que ela tinha que voltar. Estou preocupada, eu odeio chuvas de verão.

— De outono, Eliz — Luiza pegou as rédeas do cavalo, cujo o nome era Stock — Venha, vamos tirar você dessa chuva. Depois eu vou atrás dela.

Tirando o casaco de outono, Luiza vestiu a irmã ás pressas e a pegou no colo. Eliza se agarrou nos ombros dela e Stock cavalgou com pressas á fazenda, onde Noah e Jeremiah já estavam esperando-as.

Jeremiah mal esperou o cavalo passar pela cerca, onde munido com uma capa de chuva e um grosso cobertor, correu para pegar Eliza dos braços de Luiza.

— Achei que estivesse atrás de Kieran! — Luiza desceu a irmã.

— Eu acabei de chegar aqui. Está uma chuva muito forte, não dá pra procurar ela agora!

Quando Eliza estava nos braços de Jeremiah, Luiza puxou as rédeas de Stock e correu para os estábulos. Mal escutou-se os gritos de Jeremiah a mandando voltar.

Ao chegar nos estábulos, desfez a sela de Stock nas pressas, o secou e colocou dentro de seu boxe. Foi até o boxe de Altair, que ao ver a loira, relinchou como se quisesse dizer algo.

STONE HEART • supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora