12.

54 9 4
                                    

[...]
Atualmente

O pôr-do-sol estava dando seu espetáculo no céu quando a caminhonete de Nia entrou na estrada de terra em rumo a Stone Heart.

A regata de Nia estava grudada em seus seios que escorriam suor de um calor infernal que estava fazendo naquela época. Sacudindo a cabeça, ela pousou o chapéu no painel do carro, deixando seus longos cabelos pretos com pequenas ondulações a vista. Suas inúmeras tatuagens, marcadas como boas lembranças da juventude e de aventuras com Kara pelas cidades, eram sua marca registrada.

Escutando a doce voz de Alan Jackson sair pelo rádio, ela olhou para o pacote de frango frito vazio jogado no canto do carro. Nisso, olhou para Brainy.

Ele estava encolhido, seus cabelos jogados sob seus doces olhos azuis, seus lábios entreabertos e adormecido sob o banco, parecia alguma espécie de anjo abençoado e muito mau humorado.

Quando chegaram na cidade, Brainy procurou reclamar de quase tudo. Depois fez Nia rir por não entender o sotaque de alguns vendedores. Após fazerem alguns orçamentos, onde Nia entendia tudo o que o homem falava, Brainy ficava distraído com as pessoas na rua, com o ambiente...

E a morena achou isso um tanto engraçado.

Almoçaram em um restaurante de comida caseira, onde a dona conhecia Nia e mandava abraços e beijos para Kara e Eliza. Nisso, os dois só sabiam falar poucas coisas, como a fazenda, sobre Lena e consequentemente sobre a história da família Luthor.

Em algum momento, Brainy se lembrou de algo sobre Lena e deu uma risada. As ruguinhas de seus olhos apareceram e Nia se perdeu um pouco nesse pequeno detalhe dele. Também se apegou ao sotaque de Brainy, que era tão diferente do seu. Morar anos nos Estados Unidos estava fazendo ele perder um pouco da sua originalidade britânica.

Na volta, uma pasta cheia de orçamentos, algumas compras no bagageiro, e algumas músicas e risadas.

Nia se lembrou quando chegou em Stone Heart. Tão jovem, fugindo de uma briga de família. Estava explorando as possibilidades de ser algo que ela nunca foi, de ser livre. Presa a nada, a nenhum conceito, a nenhum rótulo. Sua camisa rosa brilhante, seus jeans sujos de viagem e botas desgastadas, quando encontrou Kara na porta de um bar. A jovem procurava alguém para ajudá-la na fazenda e isso fez Nia levantar a mão e se oferecer. Era para ser temporário.

Mas estava lá há alguns anos.

Era feliz lá, apesar dos pesares. Lá, ela podia ser quem ela quisesse.

E amar quem ela quiser.

Eliza e Kara sempre a acolheram. Alex também sempre puxava sua orelha quando conseguia.

Ali, ela tinha uma família também. A sua família de sangue estava em Holmes Chapel.

Mas a de coração morava em Stone Heart.

Por isso que ali, entre estábulos, dormitórios e celeiros velhos e antigos, Nia esperava tudo mudar. Se Lena Luthor pudesse reestruturar tudo, que assim fosse.

Ali era sua casa. E ela não queria perdê-la.

Ela bocejou. Nisso, uma caminhonete em alta velocidade passou por ela, adentrando os portões da propriedade muito antes que ela pudesse alcançá-la. Forçando as vistas, ela viu que era a 4x4 de Jack Danvers.

Que porra.

Ela pegou o telefone. Brainy acordou, bocejando.

— Nia?

Ela encarou Brainy, antes de discar o número de Kara.

— Nini? — Kara atendeu do outro lado da linha.

STONE HEART • supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora