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Josh Beauchamp.

Acordei com uma ressaca complicada daquelas que fazem falar "eu nunca mais vou beber". O tanto que eu vomitei e o tanto que meu corpo está fraco é indescritível, acho que foi uma das vezes eu que eu mais fiquei ruim depois de uma noite bebendo sem parar.

Meu cheiro era uma das coisas que estavam me enjoando também, eu não lembro direito de muita coisa de ontem mas sei que não tomei banho, porque o meu cheiro é a prova disso.

Sem alguém para me ajudar a sair dessa ou pegar algum remédio para mim, eu tomei um banho de mais de meia hora e compus minhas energias, em seguida fui para a cozinha.

Achei um dos poucos remédios de ressaca que sobraram na casa e tomei na paz. Quando virei para pegar o café do outro lado da bancada, noah estava lá me olhando e julgando com o olhar, comendo bolacha, a minha bolacha.

Não falamos nada. Eu apenas o olhei com o mesmo olhar de desprezo dele e enchi meu copo de café.

─ Onde você foi ontem?

── Não interessa.

Vou tratar ele do mesmo jeito que ele está me tratando, vai que as vezes assim ele me perdoa.

─ Se não interessasse eu não estaria perguntando.

── E por que a pergunta?

─ Porque eu quero saber onde você estava.

Solto um "hum" e foco totalmente o olhar no copo de café, só para não ter que olhar ele mesmo.

Eu não devo satisfação, devo? Logo depois de tudo que ele falou para mim. Se bem que, eu fiz ele falar tudo aquilo para mim, é minha culpa.

─ Eu fui no seu quarto ontem.

── E aí?

─ Fui para conversar.

── Se sentiu culpado depois de tanta coisa que você falou?

─ Na verdade não, ─ o encaro. ─ falei com motivos, e não fiz nada sem pensar.

Então ele confessou que "terminou" comigo totalmente ciente, não foi pela raiva ou pela tristeza, foi porque ele quis mesmo. Que puto.

── E como se sente? Mais livre? ─ pergunto com deboche.

─ Mesma merda, livre eu vou estar quando sair daqui.

Depois de tudo que a gente passou, tudo que conversamos, sobre os planos, tudo, ele agora ainda insiste em querer sair daqui.

── Você é um ingrato.

Ele solta uma risada irônica mas inacreditada, que literalmente aumentou um pouco da minha raiva momentânea por ele e por essa conversa.

─ Acho engraçado você falar isso depois do que fez. Eu estive com você a porra desse tempo todo, te ajudei, apoiei, e na hora da raiva você colocou uma faca no meu pescoço, acho que eu não sou o único ingrato aqui.

Ele vai ficar mesmo falando todas as vezes sobre meu erro. Eu já entendi que errei, pedi desculpas, me humilhei na frente dele e em um bar cheio, não sei mais o que mais eu tenho que fazer para ele me desculpar.

𝗸𝗶𝗱𝗻𝗮𝗽𝗽𝗲𝗱 | noshOnde histórias criam vida. Descubra agora