Josh Beauchamp.
Depois que tudo foi explicado e que todos concordaram com o resto do plano, a pior hora chegou, a hora do enterro do amigo que eu achei que eu levaria para a vida. Eu nunca pensei que algo poderia acontecer com o Alex, justo com ele.
Nós tínhamos nossas brigas, tivemos nosso passado e alguns acontecimentos que como dito antes não significaram muita coisa, mas sempre estivemos junto, do nosso jeito ruim mas estivemos, e agora eu estou literalmente sendo obrigado a me despedir dele sem nem ter agradecido por metade das coisas que fez por mim e por todos da máfia.
Além dessa parte, eu ainda vou ter que dar a notícia para a família dele, afinal quando eu o contratei ele era de menor e ainda vivia as custas da família, na verdade, ele começou a trabalhar para ajudar eles mesmo.
Eu e principalmente o Alex falamos para eles sobre o quanto esse trabalho de trabalhar em uma máfia é difícil, nós sempre deixamos bem claro para a família os riscos, e mesmo sabendo de tudo isso todos aceitaram. Eu prometi para a família que ele seria bem cuidado, e que eles só me veriam caso algo desse certo ou muito errado. No caso, deu muito errado, e eles vão ter que me ver de novo.
Pelo menos a família vai ter dinheiro. Sei que não vai conformar eles, muito menos preencher o vazio de perder um filho, mas vai ajudar em alguma coisa, uma terapia talvez.
Nós nos arrumamos e fomos para o velório, que não é um velório, pois nós não temos o luxo disso. Foi realmente simbólico, um túmulo, e uma garrafa da bebida favorita de Alex, e só.
─ Essa bebida é horrível ─ Noah diz, colocando um gole em cada shot.
─ Nem me fale, eu não sei como ele gostava disso. ─ Sina diz.
── Vocês só reclamam, é muito boa para falar a verdade.
─ Sem comentários. Quem somos nós para julgar o gosto de um... cadáver? ─ Bailey questiona.
Que bom que Alex não escutou isso, porque se escutasse chamando ele de cadáver eu tenho certeza que estaria se revirando no caixão de tanta raiva.
Encaramos Bailey e ele dá de ombros.
─ Eu menti?
─ Não fala assim. ─ Noah entrega um copo para cada um de nós.
Respiramos fundo.
─ Quem começa? ─ Savannah pergunta.
Todos apontam para mim, mas eu nego no mesmo segundo.
── Tenho cara de padre?
─ Ele gostava mais de você do que de qualquer um.
── Ele gostava bastante do Bailey também.
─ É, mas eu não posso falar agora, tô de luto.
Que puto.
── Mas eu também estou.
─ Para de graça e fala logo.
Eu gostaria e poderia falar muita coisas, poderia falar que ele era uma pessoa boa mesmo sabendo que ele não era, que eu gostava dele mesmo as vezes não gostando nem um pouco, poderia falar que ele era um bom amigo mesmo sabendo que ele não me via como amigo, então por isso eu fiquei sem saber o que falar no momento.
── Achei que ele viveria muito tempo para perturbar eu e o noah e que eu separaria muita briga dos dois. ─ rio, deixando surgir uma lágrima. ─ Não imaginava que ele deixaria a gente tão rápido.