Parte 4: A vida não termina no inverno, o sol se põe, mas se ergue no outro dia.
O último dia do inverno, a véspera do equinócio da primavera, era um dia peculiar. O frio intenso já havia partido para o sul, deixando apenas as marcas dos três meses de neve e gelo. Na Pousada Para Ela, não era diferente; a neve fria cobria boa parte do estabelecimento, o lago das carpas congelado, e a bela ameixeira e outras árvores, desfolhadas.
No entanto, ainda era lindo.
A grama valente já começava a revelar a sua coloração, o verde mesclado com um branco era o prenúncio de um novo ano, de uma nova etapa, para a natureza e para mim e Haruki.
Sentados no chão de madeira, eu envolvia o tronco do meu noivo enquanto ele nos cobria com um cobertor; nossas respirações calmas e serenas produziam uma massa de ar branca escapando pela boca. Mesmo assim, estava quente, não pelo calor, talvez fosse ilusão, porém as batidas do coração do rapaz e suas mãos, também me envolvendo, eram como o verão.
Eu olhei para cima, vendo um rosto bobo cheio de sorriso.
— Algum problema, minha senhorita? — Ele me perguntou, rindo ao ver minha atenção vidrada em seus olhos escuros.
— Iremos nos casar amanhã. E eu me pergunto se é real. — Para minha surpresa, ele se aproximou de mim, beijando minha testa.
— Parece real? — Sua voz carregada de provocação me surpreendeu; até me espantei ao ponto de levar minha mão para minha testa para sentir o local onde os seus lábios macios tocaram.
Haruki me amava, não tinha dúvidas. Quanto ao costume de beijar e demonstrar afeto através dos lábios, não era tão nítido ou frequente devido à sua cultura, por isso o seu beijo me pegou desprevenida e me desarmando por completo.
— Muito. — Sorri igual a ele, extremamente boba. Ele ficou alegre com minha reação, mas analisando o meu rosto, sua expressão desmanchou, sendo substituída por uma séria.
— Haruki? — Toquei em seu rosto, preocupada com sua seriedade repentina.
— Hanabi... — Ele segurou minhas mãos, engoliu um bocado de saliva e me encarou. — Amanhã iremos nos casar, para mim, você é a pessoa mais importante da minha vida. Quanto a um herdeiro, não precisa se preocupar, tendo você ao meu lado por toda a minha vida já é o suficiente. — Transbordou em paixão, o que me confundiu em todos os sentidos.
— Não entendi... — Sorri amarga.
— Minha mãe também era mais velha que meu pai; ela morreu no meu parto devido a uma gravidez arriscada.
Ele sabia da sua mãe? Mas eu nunca lhe contei. Como ele soube? — Pisquei, confusa.
— Eu não quero te perder, Hanabi. — Ele concluiu sério.
— Haruki, eu tenho quase 35, não 50! — Exclamei, sentindo o sangue subindo pelo pescoço. Ele me achava velha ou apenas era sonso?
— ..? — Pela expressão confusa dele, chutava ser a segunda.
— Eu ainda estou na minha melhor fase para concepção, não há riscos. — Larguei o seu corpo e declarei orgulhosa, apesar de estar quase no limite, 33 anos não era brincadeira.
— Sério? Está realmente bem? — Ele ainda pareceu preocupado.
Céus, eu teria que explicar como a gravidez funcionava? Aquele tanto de aula serviu para quê? Realmente, cerimônia de chá não se fazia bebê.
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PARA ELA: ABERTURA
Truyện NgắnPara Ela: Abertura é como o nome disse uma abertura de antologia de uma saga de contos longos, cada um com cerca de 3 a 5 atos (entre 10.000 - 20.000 palavras).Todos retratando o amor entre uma mulher mais velha e um homem mais novo no continente fi...