THE STORY I'LL TELL

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Boa leitura!

Eli olhou para Lee deitado no divã com os olhos fechados, um copo de whisky na mão ao lado de uma garrafa pela metade. Puxou a cadeira ao lado e se sentou observando o homem.
“Você está bem?” Perguntou.
“Sim!”
“O que aconteceu lá?” Ele havia chegado no final da discussão.
“Seu tio confiável me atacou e quase matou meu melhor amigo, pensei que fosse óbvio.” Eli suspirou, ele não gostou do outro ter sido salvo por outra pessoa.
“Isso é óbvio, o que não é óbvio é o motivo disso ter acontecido, meu tio não teria feito isso, ele ama o Vittório, eles estão destinados.” Lee o encarou abrindo um olho.
“Você é realmente romântico, não é, acredita nessas bobagens de destino, almas gêmeas…” Zombou, Eli suspirou e decidiu aproveitar a embriaguez do outro para tentar extrair algumas informações sobre as quais estava curioso há um bom tempo.
“Você sabe quem é a mãe do Sam? Eu nunca ouvi falar nada sobre ela. E não descobri nada por conta própria.” Eli admitiu e percebeu a hesitação no rosto do outro. “Eu não contarei a ninguém.”
“Clã Salazar, um clã de bruxas nômades, é formado unicamente por mulheres, também conhecidas como Noivas do deus Sem Nome…” Respondeu. “Dizem que elas agem como as Amazonas de algumas lendas, não posso dizer com certeza, não sou muito fã de mitologia, eu sei que quando a mulher atinge a idade elas decidem se querem permanecer castas ou se querem ter uma criança para passar os ensinamentos do clã, se tornando noivas, ou elas podem escolher abandonar o clã. Aquelas que decidem perpetuar o clã, encontram um homem que pareça forte, saudável e de boa aparência, seduzem, fazem um ritual de fertilidade e depois fazem com que esqueçam. Somente as meninas são mantidas.”
“Então, Sam foi entregue ao Vittório por ter nascido homem…” Concluiu.
“Também, mas Sam foi arrancado do ventre da mulher por ser um sifão que ela tentou abortar, mas não morria.” A resposta o fez lembrar da história que ouviu sobre seu pai ter tentado interromper a gestação deles. “Ela o mandou para Vittório com medo de uma maldição se abater sobre elas. A anciã que eu interroguei me disse que a sacerdotisa avisou que um grande mal se abateria sobre elas se o menino morresse, algo sobre Lúcifer e seu deus entrarem em conflito. Eu não tenho nada contra ou favor do aborto, cada um deve saber o que é melhor para si, mas se ela entregaria um bebê normal para alguém porque matar o Sam? Por sorte, apenas entregaram para a família.”
“O medo faz com que façamos coisas sem sentido. Provavelmente ela estava com medo de morrer. Vittório sabe? Quando você descobriu?”
“Sabe, nós fizemos um dossiê para Sam, se um dia ele quiser saber sobre ela. Segui os rastros das câmeras de segurança com defeito até encontrar a mulher, Vittório a reconheceu.”
“Que tipo de clã é esse? Não me lembro de ler sobre eles.”
“Necromantes, são um clã antigo que cultuam um deus dos mortos, sabe se lá de qual cultura. São muito poderosas capazes de reanimar e controlar os mortos, dizem que uma necromante de seu clã já foi capaz de levantar e controlar um exército de mortos na Segunda Guerra.”
“Acha que Sam herdou esse poder ou somente mulheres podem controlar isso?” Eli ficou animado com a possibilidade, ele gostava de aprender magias novas e informações novas.
“É possível, mesmo que ele não tenha herdado, ele sifonou a mulher por seis meses. É uma característica do clã Black ser capaz de usar magia hereditária sifonada.” Deu de ombros. “Talvez até mesmo Vittório seja capaz de usar, ele com certeza a sifonou sem perceber durante o sexo e até precisou sifonar o Sam várias vezes.”
“Que tipo de bruxo extraordinário vamos ter no futuro, um bruxo capaz de sifonar até mesmo os demônios e capaz de controlar os mortos, eu não culpo as bruxas por terem medo de alguém assim.” Eli comentou pensativo.
“Como vocês, você quer dizer, primeiro os gêmeos tribridos, agora um herdeiro do clã Black, agora só falta o garoto da profecia para fazer as bruxas ancias surtarem de vez.”
“Que profecia?”
“Das necromantes, no primeiro dia do solstício de inverno, na noite mais fria dos últimos cem anos, o filho do deus Sem Nome nascerá de uma das noivas. Elas acreditam que o tal deus fará um filho em uma delas. Bem, elas perderam a chance porque a noite mais fria dos últimos cem anos aconteceu há dois anos.” Lee soltou uma gargalhada. “Acha que ele seria nosso inimigo?”
“Porque você acha isso?”
“Sei lá, um filho de um deus esquecido, mimado por um clã de bruxas necromantes cheias de ilusões de um propósito grandioso…” Eli ficou pensativo. “Eu não vejo nada de bom vindo de quem mexe com os mortos, mortos devem permanecer mortos.”
“Você é um descendente de Jeoseung saja, Jagiya, é natural sua aversão aos necromantes que não respeitam os mortos…” Sorriu para o homem se levantando do divã devagar para controlar a tontura. “Obrigado por me contar.”
“Não é nenhum segredo, nós só não falamos sobre o assunto porque não interessa, realmente.” Deu de ombros.
“Então, hum, qual é o seu plano com Vittório?”
“Hum, djar sengyossoyo!”
“O que?” Eli arregalou os olhos.
“Bonitinho…” Lee segurou as bochechas de Eli como se ele tivesse a idade de Sam. “Você fica bonitinho quando pensa que pode me enrolar só porque eu bebi um pouco.” Eli corou levemente. “Vá dormir!”

BLACK SNAKE (Elijah Mikaelson & MaleO.C)Onde histórias criam vida. Descubra agora