O amor pode salvar, mas ele também pode destruir...
Maitê conheceu o pior lado do ser humano e da pior forma possível, isso gerou traumas profundos que a deixaram arredia em relação às pessoas. Os pesadelos são constantes, as lembranças a atormentam...
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Corri até o limite do campo de treinamento e voltei, seguindo a pista de obstáculos assim como os outros. O suor escorria pelo meu corpo fazendo o tecido da roupa grudar em minha pele. Foquei todo o meu pensamento nos treinos evitando pensar nela.
Desde quando eu a deixei em casa no domingo à noite, Maitê não sai dos meus pensamentos. Eu simplesmente não conseguia deixar de pensar nela, de relembrar o seu sorriso perfeito. Seus olhos enfeitiçavam os meus sonhos não me deixando ter paz.
Completei mais um percurso e peguei uma garrafinha de água, dando um longo gole. — Tá ok pessoal, excelente! — Xavi gritou lá do meio do campo enquanto fazia anotações em sua prancheta. — Mais uma volta e estão liberados.
Joguei a garrafinha de água no chão e fiz o mesmo percurso querendo me superar em todos os sentidos. — Eu vou com você, se quiser. — ouvi Gavi falando para Fermín ao passar perto dos dois. — Valeu mesmo Gavi, não tava a fim de ir sozinho. Eu acho que não vai demorar muito.
Estranhei o papo, mas não quis perguntar nada para não dar uma de enxerido. — De boa, eu só vou avisar a Babi e a gente vai.
Fermín fez um joinha pra ele e os dois correram na direção contrária a que eu iria.
O treino foi finalizado e fomos para o vestiário. Várias vozes falando ao mesmo tempo, aquela gritaria. Minha cabeça já tava cheia hoje, minha paciência quase acabando. — Aí galera! — Marc Casadó gritou chamando a atenção de todo mundo. — Dia catorze é o meu aniversário.
A gritaria aumentou. — Aí cara vai ter festa? — Balde perguntou sendo seguido por vários outros que queriam saber o mesmo. — Mas é claro que vai!
Novamente mais gritos e assovios. — A festa vai ser lá em casa no domingo dia dezessete após o jogo contra o Bétis. E tá todo mundo convidado! Levem suas esposas, namoradas, ficantes, amigos, todo mundo liberado!
A comemoração quase me deixou surdo e encostei no meu armário pra não ser atropelado por aquela manada. — Aí vai pra casa agora? — Ferran perguntou parando ao meu lado com uma toalha enrolada em volta dos quadris.
O ruim de tomar banho aqui é ver esse monte de macho pelado todo dia.
Meu olhar foi até Gavi que saiu junto com Fermín, enquanto falava ao celular, na certa era Babi. Os dois foram os primeiros a tomar banho e ir embora. — Não, eu vou dar uma volta.
Ferran assentiu pra mim enquanto vestia a roupa.
Vou aproveitar que Gavira não tá em casa e o treino hoje terminou mais cedo pra ir ver minha amiga. Depois do casamento eles vivem grudados e ela não tem mais tempo pra mim.
