Oi gente, voltei mais rápido dessa vez e esse capítulo ta uma coisa de tão fofo 🤌🏻😍
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A cera derretia e o cheirinho de lavanda emanava por todo o quarto. Era um dos meus aromas favoritos e me ajudava bastante com as crises de ansiedade.
Continuei organizando as coisas no meu quarto enquanto cantarolava a música que tocava baixinho na minha caixinha de som. Dobrei com cuidado o uniforme que eu usava no bufê, estava lavado e passado, hoje nós teremos uma festa de aniversário mais tarde.
Arrumei meus tênis que estavam espalhados pelo quarto e peguei uma caixa redonda que estava embaixo da cama. Dentro dela tinham fotos e espalhei o conteúdo sobre a cama.
As fotos eram antigas, de quando eu ainda morava no Brasil e meus pais eram vivos. Tinham vários momentos nossos, em idades diferentes da minha vida. Viagens de férias, festas de aniversário, almoços em família. Eu sinto tanta falta disso, de todos os momentos maravilhosos que eu vivi.
Com os olhos marejados, peguei uma foto em que eu devia ter uns oito ou nove anos e meus pais me levaram pela primeira vez ao Corcovado para ver a estátua do Cristo Redentor. Me lembro de ter ficado encantada pela vista da cidade lá de cima, como se eu fosse uma princesa observando todo o reino da janela do seu castelo.
Era exatamente assim que meus pais faziam eu me sentir, uma princesa. Uma princesa que sonhava em conhecer o mundo, visitar todos os países. Mas tudo isso acabou quando eles foram tirados de mim daquele jeito horrível.
Guardei as fotos dentro da caixa de novo e coloquei a tampa.
— Que saudades mamãe e papai. — murmurei secando meu olhos e tocando no colar de borboleta que eles me deram de presente quando fiz quinze anos.Coloquei a caixa em cima do meu guarda-roupa e voltei à arrumação.
Meu celular tocou e peguei para ver, eram Letty e Caye tentando me convencer a ir ao jogo do Barcelona amanhã. Elas ainda não desistiram, passaram a semana toda me chateando com isso, mas eu não faria essa loucura, não mesmo.
As duas pensaram melhor e decidiram ir de trem até Madri, de lá pegariam um Uber para chegar no estádio em Getafe. Economizariam com gasolina e a viagem era bem mais rápida. Mesmo assim eu ainda não estava com disposição para essa aventura.
Mandei uma figurinha de "não tô nem aí" pra elas e deixei meu celular pra lá.
Organizei meus livros da faculdade e toda a minha mesa de estudos, gostava de manter tudo na mais perfeita ordem. Me dava a sensação de ter controle sobre as coisas ao meu redor e me ajudava a me sentir bem.
Durante as sessões de terapia, a psicóloga me disse que essa sensação de querer ter o controle de tudo era uma espécie de mecanismo de autodefesa contra situações que poderiam me magoar, devido ao trauma que eu passei.
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Save Me • Pedri González
FanfictionO amor pode salvar, mas ele também pode destruir... Maitê conheceu o pior lado do ser humano e da pior forma possível, isso gerou traumas profundos que a deixaram arredia em relação às pessoas. Os pesadelos são constantes, as lembranças a atormentam...