Me apaixonei por um GP - Garoto de Programa

Capítulo 3

Capítulo 3

Apolo Arcangelo

— Tenho um trabalho hoje e não posso arrumar mais desculpas, sabe que Falcão está na minha cola.
— Mas você tem compromissos sérios aqui, Apolo.
— Eu sei, Hermes, mas você sabe que não estou nessa por hobby.
— Bom, você é quem manda, faça como achar melhor.
Meu irmão mais novo desligou praticamente na minha cara.
Ele e meu irmão do meio, Dionísio, nunca aceitaram muito bem a minha vida noturna. Mas compreendem que é necessário.
Fui contratado por uma agência de programa de luxo, há um ano. Meus irmãos tentaram me fazer mudar de ideia, mas eu precisava fazer isso. Meus pais nem imaginam o que faço por fora do meu trabalho diário. Eles não precisavam saber.  Na verdade, apenas meus irmãos, que também estão nessa, mas em outros departamentos, sabem. Foder nunca foi um tabu para mim, por isso, aceitei o trabalho sem titubear.

Cheguei no local marcado para o programa e fui falar com a recepcionista. Ela sorriu e assim que verificou a reserva, me entregou o cartão de acesso à porta do quarto. Agradeci a moça  educadamente e fui para o quarto.
Esperei, pacientemente, pela mulher que solicitou o programa. Rocco, o dono da agência, me disse que ela pediu o melhor de todos, então, eu fui convocado.
Ele costumava ser bem convincente quando queria alguma coisa, dificilmente alguém se opunha a ele. E sei bem do que ele é capaz. Estranhamente, eu estava um pouco ansioso. Talvez seja a certeza de que este é um dos meus últimos trabalhos neste ramo, e talvez eu esteja colocando pressão demais sobre isso. Não quero que nada saia errado e estrague tudo o que eu trabalhei para conseguir.
Ouvi uma batida na porta e fui abrir.
A mulher à minha frente ficou me olhando como se eu fosse um ser de outro planeta. Não assustada, mas fascinada.
— Sou Apolo — apresentei-me.
Ela era linda, com curvas exuberantes, lábios sensuais, olhos de um verde exótico, pele dourada como se fosse beijada diariamente pelo sol, cabelos castanhos longos e com ondas maravilhosas.  O vestido colado ao corpo mostrava coxas deliciosas, seios bem fartos e indicava que ela é o tipo de mulher que não se esconde.
Gostei.
— E você deve ser Cassiopeia.
— A primeira e única. — Piscou para mim, com um sorriso sensual que me pegou completamente despreparado.
Quem é o profissional aqui, afinal?
Ela entrou no quarto quando dei espaço para ela passar, e o gingado do seu quadril ao caminhar me prendeu completamente. Era um rebolado quase obsceno. E que bunda.
Fechei a porta e segui a mulher que tem uma aura que parece dominar tudo ao redor. Até mesmo eu.
Ela sentou na cama e deu pequenas balançadas, como se estivesse testando a maciez do colchão. Quase sorri, mas minha atenção foi atraída para uma cruzada de pernas, que para mim, eram assassinas, daquelas que te fecham com uma chave de ouro de onde você nunca mais vai sair. 

Sandálias de salto envolviam pés delicados e tiras finas trançavam as panturrilhas perfeitas. Ela era surpreendentemente fascinante.
Para com isso, Apolo. Trabalho, lembra?
— Quer beber alguma coisa? — perguntei. Ela me olhava, ainda com aquele olhar de quando abri a porta.
O que ela está vendo, ou pensando?
— Vamos acabar logo com isso — foi sua resposta aos meus pensamentos e, por incrível que pareça, ela me dominou ali, naquele instante. Eu só demorei para entender.

Cassiopeia

Olhos que me lembravam mel fresco se fixaram em mim, ferinos como os de um leopardo. Arrepiei-me toda. Molhei-me de primeira.
O cara era bom com o sorriso e com o olhar. Eu mal podia esperar para descobrir como ele pode ser entre as minhas coxas.
Empurrei a dor da traição recente para longe e ergui-me, segura do que eu queria. Levei minhas mãos aos botões da camisa social usada pelo  GP. Não sei como um michê se veste para ocasiões como esta, mas ele estava todo formal,  calça, camisa e sapatos. Lindo de uma maneira que era puro pecado.
Ele segurou meus pulsos, impedindo-me de prosseguir. Fiz beicinho e, para a minha total surpresa, ele o mordiscou.
Suspirei e ofeguei ao mesmo tempo.
— Esta noite é para você, apenas aproveite. — A voz grossa fez vibrar meu corpo inteiro e eu quase perdi as forças. Cacete!
Ele tinha mãos grandes. Será que ele era todo grandão?