Capítulo 11
Cassiopeia
Depois de sair da sala do cafetão mor, eu fui levada para um salão grande onde havia alguns pole dance, caixas de som e muitos espelhos.
Parecia ser bem legal à primeira vista, mas quando observei melhor, vi que aquilo tudo era como um açougue, onde as peças de carne eram preparadas para serem vendidas, e os açougueiros estavam a alguns metros de mim, próximos a várias garotas, aproximadamente trinta – jovens demais – que formavam uma fileira enquanto eram analisadas minuciosamente por uma mulher com cara de governanta de filme de terror, – e eu não me referi às que protegem as criancinhas durante toda a trama, mas àquelas que no final descobrimos ter matado toda a família e enterrado os corpos. E além dela, havia um homem que sorria de maneira sombria, mostrando seus dentes amarelados. Ele tinha “crimes hediondos” escrito na testa e na maneira repulsiva com que tocava as garotas.
A maioria delas eram negras e asiáticas, mas havia algumas de pele bastante clara, bem no padrão de beleza russa, e todas eram magras – magras até demais –, olhos fundos, rostos cansados e assustados, algumas choravam em silêncio, outras tinham o olhar perdido no vazio como se estivessem resignadas com seus destinos. Todas elas tinham um aspecto claro de total esgotamento.
Eu era a mais saudável ali, talvez porque cheguei recentemente, e não gostaria nem de imaginar como estarei daqui um tempo, caso não consiga fugir deste lugar.
Perdida em meus pensamentos, assustei-me quando fui empurrada para a fileira, obrigada a me juntar ao destino triste daquelas garotas, um destino que era também o meu, a partir de hoje.
Percebi então, que eu estava tão resignada quanto a maioria ali, não porque tinha perdido a esperança ou a vontade de lutar, mas por entender que não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento.
Mais cedo, enquanto era guiada pelos corredores daquele lugar – que agora eu sabia que se tratava de uma boate –, observei os detalhes com bastante atenção, buscando qualquer porta ou janela que me levasse para o lado de fora, mas tudo era fechado, acho que não sufocamos ainda porque ali existia um sistema de ventilação muito bom. Eu até tentaria subir por ele, pois nos filmes sempre pareceu ser o lugar de fuga perfeito, mas meu traseirão não passaria nem no começo.
Todavia, eu vi duas portas grandes de metal, na parte da boate onde passei para ir na sala do cafetão mor. Eram a entrada e saída da boate, eu não tinha dúvidas, mas seria impossível passar por qualquer uma delas com todos os seguranças que devem vigiá-las, sem falar nas câmeras. Havia muitas naquele lugar.
— Gordinha e gostosa. — Ouvi o homem de dentes amarelos dizer ao parar na minha frente. Ele era nojento e fedia a cigarro e café misturado a bebida forte.
Eu fiquei quieta e aguardei ser avaliada como um pedaço de carne em um açougue. Contudo, ele tocou meus seios com força e eu cuspi na cara dele.
Sei bem que não deveria dar motivos para ter inimigos ali, mas foi impossível segurar. Eu queria vomitar em cima dele.
Ouvi as garotas arfar.
Com certeza me consideravam louca agora, pois já deveriam ser conhecedoras do resultado do meu atrevimento e eu fui apresentada a ele no segundo seguinte, quando a mão pesada daquele açougueiro acertou em cheio a minha face direita.
Meu corpo inteiro estremeceu com o golpe violento.
Meu rosto ardia.
Toquei minha face direita, depois meu queixo, mexendo o maxilar de um lado para o outro, apenas verificando se estava no lugar.
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Me apaixonei por um GP - Garoto de Programa
RomanceMulher traída? Confere. Mãe maluca e tia mais doida ainda? Confere. Boy lindo e gostoso? Confere. Cassiopeia se sente no fundo do poço após ter sido traída. Sua mãe, sempre alegre, não quer ver sua amada filha em tal situação, então, prepara a únic...