capítulo sete

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A água morna e contínua escorria pelo meu corpo adentrando cada célula de minha pele e de meus cabelos relaxando-me quase que por completo, se não fosse a falta que sinto da minha banheira e de meus luxos desnecessários estaria aproveitando esse chuveiro elétrico de bom grado.

Penteei meus fios castanhos claros com uma escova qualquer, sentindo eles macios entre os dedos e finalizei a lavagem passando um bom condicionador no comprimento. Meu cabelo já estava maior do que dias antes, crescia rápido fatidicamente

Saí do box e me enrolei no roupão branco e felpudo que estava pendurando em um dos ganchos da parede. Envolvi o cabelo numa toalha igualmente branca e me dirigi até o quarto a fim de me trocar. Quando de repente, escutei batidas na porta, eram fortes e insistentes. Fui até a madeira em passos rápidos e destranquei a mesma disposta a xingar quem quer que fosse que estivesse me importunando àquela hora.

- MAS o que... - Rodrigo me interrompeu avançando sobre mim, colocando suas mãos em meu rosto e colando nossos lábios de forma rápida, sem delicadeza alguma introduziu a língua em minha boca, dominando-a por completo e compartilhando do seu gosto de vinho recém tomado. Suas mãos eram ágeis e passeavam por meu corpo inteiro, descendo de minha cintura até meu quadril e apertando minhas nádegas num movimento que colou mais nossos corpos entrelaçando suas pernas nas minhas.

Ele me virou rapidamente, me prensando contra a parede, obtendo um gemido de meus lábios. Jogou a toalha de meus cabelos para longe, adentrando suas fortes mãos em meus fios molhados e aprofundando ainda mais a língua em minha boca, chegando ao palato

Quando caí em mim tentei empurrá-lo, mesmo estando louca de desejo. Afinal, ele não tinha o direito de invadir o meu quarto daquele jeito, não tinha.

O empurrei com as mãos espalmadas em seu peito, lhe dei uns tapas no ombro recebendo dele um olhar de intenso desejo, até mais forte do que antes.

- Quem você pensa que é para me
aga... - me interrompeu novamente colando nossos lábios e então se afastou um centímetro.

- Me escuta - soletrou em baixo tom

Estávamos tão próximos, tão próximos que eu não conseguia pensar em outra coisa se não em minha boca colada na sua, o sentindo me engolir. Suspirei pesadamente tentando me concentrar

- Eu quase matei um homem - disse ofegante me deixando perplexa

Se estivesse inventando aquela história só para me conquistar porque sabe que a maldade me exita um pouco, ele estava tendo êxito.

- E esse homem é meu irmão, o do meio, ele queria tomar meu lugar na presidência da transportadora através de um golpe, e aquilo não poderia acontecer NUNCA porque o treinado para aquele cargo a vida toda fui eu! Eu que sempre fui o melhor aluno, sempre tive as melhores notas e classificações! Que fui o melhor na faculdade, com mais de 3 cursos de especialização em administração! Eu que aguentei todas as broncas do papai por conta daquele maldito cargo! Deixei de viver minha juventude, deixei de ir a festas, namorar e ter uma vida socialmente boa por conta daquela empresa! Sou o mais velho e eu me esforcei para ter
aquilo - ele pausou e respirou profundamente, em um impulso me aproximei mais encostando nossos narizes e sentindo sua respiração quente e descontrolada.

- E quando foi para eu assumir ele tentou me dar um golpe, falsificando o testamento, sorte que descobri antes e fiquei tão furioso, tão furioso que lhe dei uma facada próxima ao coração naquela maldita noite. Ele ficou traumatizado, diz não se lembrar de nada do que aconteceu, contou para a polícia que se machucou sozinho, porém, morre de medo de mim até hoje e não se aproxima por nada. Entretanto, mesmo que ele não se lembre, há filmagens bem escondidas em meu cofre que provam o que aconteceu naquele fatídico dia - eu podia ouvir seus suspiros profundos enquanto tentava assimilar tudo aquilo que havia acabado de me dizer.

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