Notas do autor: Esse capítulo é fofo, triste e nostálgico. Foi ótimo escrevê-lo, estamos encerrando um ciclo na vida da personagem e agora basta ela superar algumas coisas para viver melhor. A questão é: Ela conseguirá superar seu passado?Só um adendo
Queria informar aos senhores que nessa trama, diferente do que aconteceu na novela, a Irene nunca fez a Petra de refém para conseguir fugir. Primeiro porque acho que aquela atitude foi um total desrespeito a história da personagem que mesmo tendo uma relação pertubada com a filha sempre teve feição por ela independente de tudo.Enfim é isso, espero que gostem
Boa leitura!!!Capítulo XII
Com a morte vem a perda, e perda trás consigo os estágios de negação, raiva, barganha, depressão e aceitação pela partida da pessoa querida. Há diversos estudos, experiências psicológicas, livros e testes sobre como melhor lidar com o luto, mas nem um deles fala sobre como lidar com o luto quando há vida, quando se perde alguém para sempre, sem ao menos este ter morrido. Isso pode ser tão doloroso quanto a morte ou até mais, pois se pessoa te deixou em vida foi uma escolha consciente dela te deixar e a disso é no mínimo insuportável. O que eu sentia era assim, insuportável. Mal cabia em mim, preferia ser vazia do que ser cheia daquela dor.
Duas perdas no mesmo dia e a única coisa que eu tinha era um par de olhos inchados e um chão gelado sob meu corpo.
A dor era tanta que parecia que meu peito ia explodir. De fato não me aguentava em mim
Até a empregada me olhou com pena e me estendeu a mão, aquilo foi ainda mais desgastante para mim, aceitar ajuda de quem eu com meus pensamentos elitistas e inadequados julgava inferior.
Levantei-me ainda tonta
- A senhora quer um copo de
água? - Fátima perguntou delicadamente e eu apenas assenti com a cabeça, som algum saia de minhas cordas vocais, nem palavra alguma de meus lábios. Estava sem forças para falar.Fiquei ali sentada naquele sofá e a vi se aproximar com um copo d'água, bebi aos poucos, minha garganta parecia machucada.
- Vo-você pode me trazer um
calmante? - me sentia tão fraca por pedir remédios. Nunca me submeti a eles principalmente pela luta que passava com Petra por conta de seu vício, mas naquele momento eu realmente precisava e sabia que tinha alguns sedativos naquela casa por precaução- Tudo bem - disse e foi em direção a cozinha novamente trazendo de lá uma caixa de calmante, apanhei a mesma, destaquei alguns comprimidos e os tomei
Antes de sair daquele apartamento deixei um bilhete para Rodrigo em cima da grande mesa de madeira, que dizia:
"Obrigada por tudo, mas nós não acabamos aqui. Eu não posso te perder, nem que eu tenha que me curar para te ter de volta
Ass: Irene"
Eu estava disposta isso, me curaria para tê-lo.
Embarquei para Campo Grande e de lá iria para nova primavera, dormi durante o voo todo sob efeito dos remédios q havia tomado, me aliviava ainda ter uma cartela deles comigo. Dormir do que pensar.
Do aeroporto de Campo Grande fui para a rodoviária e comprei passagens para Nova primavera. Depois de algumas horas o ônibus chegou e mais uma viagem cansativa se iniciou. Eu estava atônita mas preferia estar em letargia do que enfrentar a dor da realidade naquele momento.
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Recomeço - 𝗧&𝗣
Fanfic𝐃o dia para noite o maior pesadelo de Irene se tornou real: Seu marido, Antônio La Selva, descobrira sobre seu envolvimento na tragédia que matou o filho mais amado do casal. Ela sabia que para aquele erro maldito que havia cometido não havia perdã...