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Narration by

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Narration by

Lua Santos

ilha bela-sp

06.01.22

Caminhava pela areia da praia por volta das cinco e meia da manhã. Todos estavam dormindo , e eu não era diferente deles a meia a hora atrás,mas acordei vomitando e decidi tomar um ar.

Meus pés se afundaram na areia úmida, o sol já tinha começado a sair,me dando a  estraordinaria visão do céu com tons alaranjados, o vento adentrou ao casaco de Arthur,ao  qual eu estava vestindo,me fazendo o fechar.
Sentei na areia,e fitei o mar,senti a brisa e respirei.

Eu estou bem,foi apenas algo que comi

Então,tento respirar novamente,e quando o faço sinto dificuldade,meus pulmões se cansam e de alguma forma eu me engasgo com o ar,me fazendo ficar atordoada.
Tento levantar mas meu corpo não consegue, começo a tossir desesperadamente, cubro minha boca com meu antebraço,e inclino levemente meu corpo para traz o apoiando sobre meus cotovelos

Me sinto desesperada,não consigo controlar a respiração,o ar dói. Tento mais uma vez levar o ar aos meus pulmões,e em segundos - que parecem horas para mim- consigo respirar,puxo o ar novamente e mesmo que com uma leve dificuldade,respiro.

Inspira,respira
Inspira,respira
Inspira,respira.

E então faço com um pouco mais de facilidade,algo tão simples e fácil como respirar

Fecho os olhos,tentando conter o pânico que estava crescente.

Eu estou bem,e ficarei bem

Abro os olhos,e olho mais uma vez para o mar,me acalmando com a visão e sons que tenho a minha frente

Trago meus joelhos para mim,e abraço meu corpo,apoio o rosto nos meus joelhos e fico na posição por alguns minutos.

Minha mente vai longe,em questão de segundos já estou de volta ao caos da minha doença. De imediato sinto a necessidade de chorar,e me permito fazer. em meio minhas lagrimas meu pensamento cai sobre Arthur.

Eu me apaixonei por ele na primeira vez que o vi,meus pulmões aquele dia falharam não pela doença,mas sim por eles,senti meu coração bater mais rápido e o mundo desaparecer. E não demorou nem dois meses para começarmos algo que eu quero que nunca chegue ao fim. 

Mas infelizmente na posso ser egoísta,e as vezes acho que o melhor para ele seria que eu rompesse nosso relacionamento . O câncer não mata só o paciente,mas mata seus familiares,seus amigos e todas as pessoas a qual ele ama,e nesse caso o Arthur seria mais um que sofreria. 

esse pensamento sempre voltava a minha mente,e já conversei diversas vezes sobre com a Isa,e ela sempre fala que vai doer mais se eu o afastar,e eu espero que ela esteja certa,por que eu não quero machucar mais meu menino do que eu já vou quando eu partir.                                                        

𝘍𝘰𝘳 𝘜𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora