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"Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos"

────Orson Welles 


Narration by

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Lua Santos

fevereiro

Os dias tem passados tão lentos ,cansativos e tediosos que se misturam um nos outros,e sinceramente não sei que dia é hoje,eu acho que é uma quarta de fevereiro,mas não tenho certeza. Ver somente essas paredes brancas de hospital por tanto tempo não tem ajudado muito. 

Minha mãe ao meu lado, tagarela sobre alguns de seus trabalhos recentes,amo escutar ela falando sobre,quando é interrompida pela doutora Renata que abre a porta com uma cara seria,segurando alguns papeis na mão. Eu, e minha mãe voltamos nossa atenção a ela

──── Boa tarde senhoritas ─ ela diz forçando um sorriso em uma tentativa falha de não parecer tão tensa. 

──── Boa tarde ── respondemos em unissom

──── Como está se sentindo Lua? ── analiso a  mulher de jaleco branco,com um pequeno urso bordado no bolso,noto que seus  fios brancos,que se misturam com outros fios morenos de seu cabelo  estão mais aparentes,e combinam com seu tom de pele negro. 

──── Indisposta,pra ser verdadeira,mas nada que uma soneca mais tarde não ira resolver ─ digo ─── Mas e a senhora? parece cansada,está de plantão ?

──── Estou sim ,mas não venho falar de mim. Trago resultados de seus exames

a tensão paira sobre o quarto,consigo ouvir a respiração da minha mãe pesar,e sua mão apertou a minha

──── Flavia,acho melhor falarmos a sós ──  seu tom serio me faz tremer 

 Merda,merda,merda,merda!

O rosto da minha mãe transmitiu o panico que ela sentiu. Como se Viviane tivesse sentindo,ela atravessou a porta do meu quarto naquele momento,e ajudou minha mãe a sair do comodo,me deixando só. A porta foi fechada,mas eu ainda podia vê-las através do vidro que tinha na parede do sofá

Minha medica conversa com minha mãe,que tem uma expressão de tensão no rosto,mas de acordo com que Renata fala,seu rosto se transforma,e a tristeza,medo,e angustia se fazem presentes,todos de uma vez,fazendo com que meu coração se despedace,por saber que a culpada sou eu. A medica continua a falar,minha mãe me olha,seu olhar só me da a certeza do que se trata o assunto. Flavia coloca as mãos na boca,e fala algo que mal consigo ler em seus lábios,seus joelhos se dobram enquanto seu choro cai em forma desesperadora,seu corpo é sustentado pela melhor amiga,que também tem lagrimas escorrendo de seus olhos.

𝘍𝘰𝘳 𝘜𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora