Capítulo 30: Três contra um.

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Quando Tereza entrou na cabine de comando da aeronave, Ela encontrou seu irmão Evans, em estado de choque.

O homem estava sentado na sua poltrona de couro com fraqueza, suas bochechas estavam murchas e seus olhos estavam com olheiras profundas, ele parecia não se alimentar a dias e a visão dos seus braços e pernas bem mais magros a fez sentir uma dor e preocupação profunda.

-O que aconteceu com você?- ela perguntou, imaginando o que ele havia feito no ultimo mês.

Evans abriu os olhos, olhando para ela como um soldado que ficou oito anos na linha de frente e acumulou traumas que o perturbariam por toda a vida.

-Me prometeram besouros- Ele murmurou, sua voz quase chorosa.

-E me deram uma garota virgem com a sede sexual de um Succubo- ele se ajustou debilmente a encarando nos olhos.

-Aquela garotinha me arrebentou, tudo o que ela podia fazer ela fez comigo e quando eu pedi por misericórdia, ela me violou e me bateu, me quebrando psicologicamente, emocionalmente e fisicamente, nunca pensei que eu Evans ficaria encurralado dessa forma- suas palavras eram desanimadas como uma vitima de abuso sexual.

Tereza ao ouvir isso não pode deixar de rir, seu irmão que sempre teve impulsos sexuais e causou problemas, havia sido molestado e usado e aparentemente pelo seu olhar ferido, descartado.

-Então, você noivou?-

Quando ela disse isso ele gemeu, seus olhos ficaram visivelmente ofendidos.

-Noivou? Depois de me usar como pano de chão por um mês, aquela vagabunda teve a coragem de se virar para mim e falar "Você é fraquinho demais, pode voltar para casa" e me dispensou! Ela nem olhou na minha cara novamente- Ao ouvir isso tereza começou a gargalhar.

-Sem um jantar, sem uma despedida, ela nem me acompanhou na aeronave! Aquela mulher é uma fera selvagem! Me recuso a acreditar que seja humano, aquele olhar....aquele maldito olhar de superioridade me assombra!!- Evans se encolheu, mas sua irmã percebeu que ele estava vermelho.

Ela ficou um pouco perplexa.

As mulheres da família ou de outras organizações da sociedade perseguem seu irmão desde que ele começou a se destacar, loucas por ele de uma forma que chegava a ser assustadora, cada uma tinha histórico, beleza e poder.

Mas ele nunca de fato se importou com elas de alguma forma, apenas usando-as para se divertir, ele nunca se comportou dessa forma e sempre parecia confiante.

Hoje no entanto ele estava praticamente chorando nos cantos da sua aeronave tudo porque foi dispensado, isso afetou realmente o orgulho do homem, de uma forma que ela achava até mesmo um pouco fofo.

Talvez seja o karma?

Tereza se sentiu um pouco aliviada dos seus próprios problemas, seu irmão vendo seu olhar um pouco desfocado a assistiu deitar em outro sofá, exalar lentamente antes da sua fachada desmanchar.

O rosto digno e frio clareou como o nascer do sol, os olhos vermelhos brilhando em um rubro carmesim enquanto seus cabelos negros bagunçavam lentamente.

-E então, conseguiu?-

-Sim- tereza corou de forma tímida, seu corpo e mente se lembrando daqueles dias – Diplomacia é mais difícil do que eu esperava-

-Parece que eu não fui o único que fui espancado, então o que vai fazer-

-Estou pensando seriamente em organizar um casamento, não posso deixa-lo ir, não depois do que ele fez comigo, você tinha que ver, ele é tão honesto e puro, aquele jeitinho meigo e aqueles olhos penetrantes me quebram por dentro, desarma todas minhas defesas-

Sangue Negro Vol:2Onde histórias criam vida. Descubra agora