Capitulo 121: Misticismo entre padres e necromantes.

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Pan não se lembrava quando foi a última vez que dormiu dessa forma.

Desde que ascendeu a sua posição, todos a sua volta a tratavam como se fosse algo santificado, algo puro e que não cometia erros, isso parecia se enraizar na cabeça dos elfos ao longo de várias gerações.

Por conta disso ela precisou controlar cada ação e opinião, para manter essa imagem santa entre sua própria espécie.

Só que nenhum ser vivo, por mais forte que seja, nasceu para viver assim, isso corrói qualquer indivíduo com o tempo, pois apenas o lado forte da sua alma é levado em questão.

Seus medos, inseguranças e problemas só podem ser guardados para si mesmos.

Por mais forte que alguém seja, ela não vai conseguir fugir do conforto, das falhas e dos medos.

Mas muitas vezes como mago, você tem que passar pelos problemas sozinho, não a como depender de outra pessoa, somente se concentrando em seu objetivo que se é capaz de alcança-lo algum dia.

Era um caminho em linha reta, mas que era simplesmente insuportável demais de suportar.

Pelo menos foi isso que ela pensava até recentemente.

Já fazia dez dias que ela havia se mudado temporariamente para essa ilha primitiva no meio do nada, deu muito trabalho manter seus descendentes longe, mas observar Zaaar não foi de todo ruim.

Pelo menos ela aprendeu muita coisa.

Ele conciliava bem sua busca por conhecimento com suas necessidades pessoais, criando uma imagem mundana para as pessoas a sua volta, ele não escondia sua personalidade em uma máscara de superioridade ou santidade.

Isso se provou mais benéfico do que ela podia imaginar.

Zaatar sacrificou seu próprio amadurecimento emocional na busca pelo conhecimento, apesar de ter 36 anos seus desejos e entendimento das coisas banais eram os de um jovem de 16 anos e em alguns aspectos emocionais ele tinha a inteligência de uma criança de 8 anos.

Não porque ele não era capaz de aprender, mas porque via e aprendia isso de outro ponto de vista, seu entendimento das outras pessoas era minúsculo, mas seu entendimento de si mesmo superava a uma velha guarda de cem anos.

O homem entendia seus próprios limites e natureza, priorizando seus gostos e objetivos e conciliando isso com sua vida pessoal, ele basicamente pegou suas emoções e objetivos e os unificou.

Isso fazia com que ele agisse de forma madura para alguns assuntos e de forma completamente inocente em outros, acumulando uma pequena quantia de experiência em cada interação.

Ele cuidava de si mesmo todos os dias ao acordar, priorizava sua alimentação, antes de priorizar seu corpo com a mesma rotina de exercícios, somente quando esse ritual estava completo que ele se sentava e pegava um livro.

Para um estudo insano onde metade do dia se baseava em memorização, ele removia os grimorios da sua sombra, indo do tópico mais básico para o tópico mais avançado, ele tinha sua própria coleção de livros armazenados, grimorios que foram escritos por ele mesmo com base em seu entendimento.

Na outra metade do dia ele passava estudando novos tópicos.

Ele pegava um grimorio, fragmentava em varias sessões e visava em aprender cada pedacinho um de cada vez, ao invés de mergulhar em uma memorização continua e insana de assuntos, cada dia era o espaço para uma pequena evolução e aprendizado.

E ela entendeu que foi essa rotina que o capacitou onde está agora, pouco a pouco, dia após dia, mantendo essa rotina, ele conseguiu acumular muito conhecimento, à medida que suas capacidades melhoravam esse conhecimento ficou mais profundo.

Sangue Negro Vol:2Onde histórias criam vida. Descubra agora