Ophelia avançou em direção a porta mais próxima, os anéis em suas pupilas azuis se afinaram enquanto a visão se aguçava ao mínimo movimento, suas orelhas longas revelaram pequenas sessões de ossos em sua parte externa, ocultas e delicadas que aumentaram sua sensibilidade auditiva.
A miríade de sentidos que iam desde odores, sons, e luzes, fizeram com que ela entendesse todo o ambiente a sua volta como um radar vivo, enquanto seu sangue era capaz de detectar a vida dos seus alvos diretamente.
Força sanguínea se concentrou em seu peito, mantendo uma precisão perfeita, enquanto delicadas e longas asas retrateis batiam com todas as forças para suplementar seu avanço.
Avançar, avançar e virar, três ações simples mas que demandaram apenas um instante, e revelaram um cadáver seco se levantando nos fundos de uma sela.
O tom da pele era cinzento como concreto, as garras eram longas e afiadas e os olhos eram cinzentos e mortos.
Ophelia sentiu uma conexão única com esse vampiro, a mesma conexão que tinha com os descendentes dos seus pais, ela pode sentir a consciência despertando e a vida ressurgindo mesmo após mil anos.
Tudo o que ele precisava era um pouco de sangue para começar a se recuperar.
Ela podia sentir seu instinto como se ele de alguma forma fosse parte de quem ela é, portanto ela sabia que esse era o momento ideal para lidar com ele, seus sentidos ainda não haviam despertado completamente.
Era puro instinto.
Ophelia avançou, sua mão estendida para frente como uma faca, quando ela se aproximou da distância de 3 metros o vampiro respondeu rapidamente, seu corpo decrepito imediatamente reagiu, sua palma interceptando seu ataque.
Por estar usando a força sanguínea no movimento foi muito mais rápido em interceptar Ophelia.
Foi nesse momento, quando as palmas estavam quase se tocando que ophelia usou a força sanguínea, a energia em seu peito fluiu rapidamente para seus quadris, fazendo com que ela mudasse a direção do seu ataque no ultimo segundo.
A garra do vampiro passou pelo seu ombro sem toca-la enquanto sua mão se alojou em seu peito.
A sensação foi única para Ophelia, a carne velha e magra não representou resistência e ela dilacerou seu caminho até o coração.
Uma vez com o coração em suas mãos, ela extraiu sem sentir a mínima tristeza por isso, pelo contrário ao matar um vampiro, seu sangue sentiu satisfação como se fosse algo natural a ser feito.
Olhando para o coração roxo em seus dedos Ophelia o apertou até explodir, seus lábios extraindo um único fio de energia carmesim em sua linhagem antes de todo o corpo virar cinzas.
Ela não precisava de mais do que isso, essa era a essência que seu corpo desejava, foi diferente de devorar um heteromórfico ou humano, ela sentiu em essência parte das emoções mais puras do seu alvo.
A sensação era refrescante, como se ela encontrasse um oásis após dias andando em um deserto.
Ophelia não parou seu corpo avançando em direção ao corredor principal e indo em direção ao outro vampiro, apenas dois segundos haviam se passado desde que eles começaram, parte dos seus sentidos ainda estavam focados em Zaatar.
Ele de fato não havia se corrigido, pelo contrário seu estilo de batalha ficou ainda mais agressivo e eficaz, faíscas negras se projetavam entre ele e aquela criatura massiva enquanto ele realizava belos movimentos evasivos ao seu redor, como se estivesse em uma dança hipnotizante.
Esse estilo de batalha não tentava obter maior distância mas manter uma distância média continua de dez metros, ele gira em torno do alvo formando um círculo enquanto se adapta as diferentes nuances da batalha, coloque isso nas mãos de um guerreiro marcado de nivel:5 e temos um monstro.
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Sangue Negro Vol:2
FantasíaNascido em uma familia nobre comum, com uma inteligencia e memoria acima da média, Zaatar vive um dia após o outro com a intenção de cumprir seus sonhos, em meio ao seu aprendizado e amadurecendo, ele acaba esbarrando no poder mais misterioso do mun...