Capítulo 79: O ladrão de Rostos.

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Lilith se espreguiçava preguiçosamente.

A melodia da primavera alcançando seus ouvidos traziam a ela um sentimento de paz e relaxamento, o som agudo da flauta não era irritante como no início, mas suave criando uma Paisagem no próprio ambiente.

Ao seu redor um jardim de gramas se estendia além da visão, o sol iluminava seu rosto enquanto o cheiro agradável das ervas a fazia relaxar, no céu azul claro nuvens brancas se estendiam trazendo a dosagem de calor certo para seu corpo.

A melodia parecia se infiltrar em seus ossos e sangue, jogando-a em um estado de preguiça enquanto toda sua vigilância e estresse acumulado desaparecia.

A grama verde começou a desabrochar incontáveis flores, suas pétalas foram levadas pelo vento trazendo um aroma floral ainda mais intenso, era forte, mas não sufocante, trazendo um desejo por mais e mais.

Essas pétalas com várias cores, vermelho, azul, amarelo, preto, branco, começaram a cair em seu corpo trazendo consigo uma sensação de limpeza.

Lilith sentiu a intoxicação do coração da arvore desaparecendo, os pequenos danos que vieram do seu cultivo começaram a cicatrizar metodicamente, algo pequeno, mas que levaria anos para ser curado.

Para um cultivador esse pequeno dano era inevitável, para o corpo evoluir era necessário quebrar e sempre havia detalhes aqui e ali que se tornavam fraquezas.

Como um dragão, esses pequenos danos eram uma angustia sem precedentes para Lilith, cada um deles coçando como o inferno.

E essa angustia inesperadamente foi tratada pela sintonia de um bardo elemental, essa magia era fraca mas consegue atingir lugares com precisão que um mago de restauração dificilmente podia se igualar.

A medida que as pétalas caiam pelo seu corpo, a coceira e dor começou a entorpecer e as feridas começaram a sarar, dando a ela uma sensação de alivio viciante.

Quando o som parou, Lilith abriu seus olhos e olhou para zaatar com insatisfação.

-Mais uma vez- seu tom era preguiçoso e mimado, como uma criança se recusando a levantar da cama, ela bateu os pés.

-Não, nosso acordo foi uma vez por dia ao acordar- ele se levantou e guardou a flauta, fazendo-a revelar um olhar indignado, esse ingrato tocou apenas por um minuto!

Toque mais!!.

-eu só preciso de mais um pouco, vamos-

-Você tem que aprender a se controlar-

-Vamos vai-

-amanhã-

-mas eu quero agora!-

-O que você quer não importa-

-Aaaahhhhh Ophelia! Zaatar está sendo mal comigo, eu quero agora eu quero isso agora- O dragão começou a bater os pés no chão, chamando ophelia como se fosse sua mãe.

Da sombra um pequeno rosto apareceu, cheio de calma e benevolência, seus cabelos brancos se espalharam enquanto suas orelhas pontudas subiam e desciam.

-Lilith vocês tem todo tempo do mundo para isso, relaxe, não seja um incomodo- Ela falou enquanto se espreguiçava.

Zaatar a encarou com um olhar contundente.

Já fazia um ano que essa coisa entrou em sua dimensão zero e não saia de jeito nenhum.

-Você pretende ficar a vida ai dentro?-

-Sim-

-Mas....as pessoas estão achando que eu te matei e ocultei o corpo, saia pelo menos para dar uma caminhada-

Sangue Negro Vol:2Onde histórias criam vida. Descubra agora