Capítulo 183: Ancestralidade 1

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Ophelia andava sozinha no quarto escuro.

Diariamente ela cuidava de tudo, desde as prateleiras com ingredientes, as estantes com livros, as mesas com equipamentos de fabricação de poções, tudo o que fazia parte da pequena vida que ela construiu junto com Zaatar.

Seus olhos pareciam vê-lo e ouvi-lo as vezes, seus olhos cansados e gentis e observadores, sua expressão calma na qual ele tinha na maior parte do tempo, o cheiro dele ainda estava impregnado neste lugar trazendo uma sensação de conforto.

E uma inexplicável sensação de preocupação.

Eles estavam juntos a muito tempo, ela acompanhou cada mudança que ele teve e cada escolha que fez.

As vezes em seu coração ela se arrependia de não ter tomado ele inteiramente para si, mas infelizmente sua relação não funcionaria desta forma, afinal apesar de amar seu jeito gentil e protetor, seu corpo preferia a besta que estava profundamente em seu interior.

Ophelia não sabia dizer porque optou por jogar fora um marido leal e gentil e cultivou essa fera, mas era tão intenso, tão dominador, tão teimoso que, ela simplesmente não podia ignorar isso.

Pelo contrário, ela o estimulou.

Ah como ele era atraente quando a fera no interior despertava, ela mal conseguia se controlar, seu corpo recebendo estímulos tão intensos que isso ia alem de qualquer logica e orgulho que uma mulher poderia ter.

Todos seus parceiros passaram pela mesma coisa, não se deixe levar pensando que essas mulheres não tem sua dignidade.

Hasis, Lucy, Gina, Marilyn, cada uma era como um tigre teimoso, arrogante e furioso, afinal eram gênios de respeito.

Mas mesmo assim, quando ele liberava tudo o que tinha, era simplesmente impossível de se conter.

E agora mesmo tendo criado essa fera, ela se sentia preocupada e se sentia com saudades.

Zaatar foi moldado por seus pais para ser um marido gentil e compassivo, ela o moldou em uma besta que satisfazia suas necessidades, ela matou o marido gentil dentro dele, por isso ela mesma se resguardou.

Eu não terei sentimentos.

Eu não irei me importar.

Ela decidiu que sucumbiria a esse desejo e aproveitaria isso.

Mas aqui estava ela, olhando para cada fragmento que ele deixou antes de partir como uma viúva ressentida e amargurada.

As coisas na torre dos magos negros estavam pacificas, esse lugar era quase uma empresa programada que pode funcionar sozinho.

Mas havia uma apreensão no ar, eles sabiam que isso podia mudar em um estalar de dedos e enquanto eles estavam fora, ela mantinha a rede de funcionamento intrincada.

-Você vem aqui todas as noites- Uma voz a fez se virar para um sofá, Onde Kenshy estava sentada, vestindo apenas uma peça fina de seda enquanto segurava uma garrafa cheia de Gin, a coleira de prata ainda estava em seu pescoço, mesmo agora quando não tinha necessidade, ela se recusou a move-la.

-Você raramente sai desse lugar- Ela respondeu com um sorrisom aproximando-se sem medo dessa Milf cujo a aparência melhorava a cada dia, Ophelia olhou para seus seios fartos e desejou poder morde-los e ver até onde podia espremer.

-Gosto de estar aqui- Kenshy Bebeu novamente seu rosto ficando um pouco corado.

-Eu odiava aquele desgraçado, ele forçava em minha boca todas as vezes, brincando com minha posição e praticamente me usando para sua diversão- Ela falou com os olhos cheios de nostalgia.

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