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No fim de semana seguinte eu resolvi sair sozinha num sábado, queria me divertir sem reservas. Avisei a Gabi de última hora e sai. Fui até uma festa que estava rolando numa boate perto do apê mesmo, por isso fui de táxi. Nem sabia se encontraria algum conhecido, mas também não me importava com isso. Tinha ganho uma cortesia com um conhecido meu e por isso não precisei enfrentar fila pra comprar ingresso. Já tinha ido aquela boate algumas vezes, mas dessa vez estava muito mais lotada. Como minha cortesia era para o camarote eu fui direto pra lá pegar uma bebida. Fiquei por lá bebendo e observando o ambiente por algumas horas e depois decidir ir dançar um pouco na pista. Estava passando por entre as pessoas para chegar até a pista e senti me segurarem pelo braço, me virei pra ver quem era e reconheci o loirinho do outro dia.

- Posso conversar com você um minuto? - ele perguntou e eu apenas assenti. - Bom, nem acredito que te encontrei novamente. - ele disse mais pra ele do que pra mim.

- Como assim? - perguntei.

- Te vi outro dia numa boate e não imaginei que teria essa sorte novamente.

- Viu é? - perguntei rindo.

- Quando ia conversar com você um camarada mais sortudo chegou primeiro. - falo rindo e me lembrei do Gustavo.

- Acontece né?!

- A propósito, qual seu nome?

- Lívia e o seu?

- Daniel. Prazer em conhecê-la Lívia.

- Prazer. - disse rindo.

Começamos uma conversa ali e descobri que ele era Advogado, tinha uma irmã de 20 anos que estava na boate, morava sozinho, tinha 28 anos e trabalhava num escritório próprio. 

- E vamos continuar conversando até eu te passar meu CPF e RG ou eu já posso te beijar agora? - perguntou direto e eu arregalei os olhos surpresa. Ele nem esperou resposta e me beijou. O beijo dele era bom e eu aproveitei bastante. Nos beijamos por vários minutos e nos separamos com selinhos.

- Valeu a pena esperar um tempinho só por esse beijo. - comentou, voltou a me beijar e eu correspondi com gosto. Depois de trocar alguns beijos com o Daniel nós fomos juntos para a pista de dança e ficamos por lá dançando. Ele quase não me deixava dançar, queria me agarrar e me beijar o tempo inteiro. - Me dá mais um beijo e eu te deixo dançar por alguns minutos em paz. - pediu me puxando pela cintura e eu colei meus lábios nos dele. Iniciamos outro beijo, só que dessa vez mais lento dando a entender que ele não queria terminar aquele beijo nem tão cedo. O beijo continuou naquela lentidão por vários minutos e quando o Daniel impulsionou pra aumentar o ritmo, eu encerrei o beijo e me afastei com um sorriso.

Sorriso este que durou até eu reconhecer a pessoa me encarando a alguns centímetros de distância. Fiquei sem reação por alguns minutos, não sabia se encarava o Daniel que também me olhava meio confuso ou se ia até o Gustavo que ainda me olhava, meio decepcionado. 

- O que foi linda? - o Daniel perguntou carinhoso. - Você ficou séria de repente.

- Não foi nada. - disse dando um último olhar para o Gustavo. - Vamos dançar? - chamei para fingir uma falsa animação.

- Claro. - concordo me puxando para o centro da pista de dança.

Ficamos por ali dançando e eu resolvi aproveitar a companhia, não tinha nada com o Gustavo e ele nem tinha vindo comigo. Ele provavelmente veio até a boate em busca de um rabo de saia para terminar a noite. Depois que pus os pensamentos em ordem e aproveitei a noite mesmo, beijei muito sem me importar com nada e nem ninguém. Por volta das 3 horas da manhã a irmã, mimada por sinal, do Daniel chegou até a gente exigindo que ele a levasse embora e saiu em direção a porta.

- Me desculpe por isso. - disse sobre a irmã.

- Não esquenta não.

- Você aceita uma carona? - ele ofereceu ainda sem graça.

- Não precisa, não vou embora agora. - Tudo bem que eu não demoraria, mais não queria aceitar a carona, primeiro pela arrogância da irmã dele e segundo porque não pretendia acordar com ninguém batendo à minha porta.

- Está certo. - disse meio desanimado - Posso te pedir seu telefone?

- Pedir você pode. - falei dando de ombros.

- Me dá o número do seu telefone?

- Huuum.. Dá próxima vez que a gente se encontra eu te passo o número.

- Mas isso vai ser quase impossível.

- Se aconteceu uma vez, pode acontecer duas. - falei dando de ombros e ele assentiu a contra gosto.

- Então tchau né?! - disse e me deu um beijo de despedida.

Esperei que ele saísse, marquei vinte minutos e saí também. Peguei um táxi e fui direto pra casa. Troquei de roupa assim que cheguei e não demorei muito a dormir.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora