Até a quinta-feira o Gustavo não tinha dado sinal de vida e eu muito menos liguei pra ele. Na sexta-feira o Matheus propôs de fazer uma social no apê deles e eu concordei em ir. Não tinha problema nenhum na minha parte.
Quando cheguei lá, a Gabi já estava junto com Matheus e mais algumas pessoas, o Gustavo também conversava em outro canto da sala e não me viu chegar.
- E aí gente? - cumprimentei o Matheus, a Gabi e o pessoal que estava com eles.
- Demorou hein?!
- É que eu fui tirar um cochilo e perdi a hora.
- Fica à vontade Lívia, você já conhece a casa e principalmente o sofá. - falou me zoando e eu fiquei corada de vergonha. - As bebidas estão lá na cozinha. - assenti e fui até a cozinha pegar uma cerveja. Quando estava saindo trombei com o Gustavo.
- Oi Gustavo. - cumprimentei normalmente.
- E ai? - ele disse sério e desviando de mim.
- O que foi? - perguntei confusa.
- Nada. - disse sem me olhar.
- Fala logo porque você está me tratando assim! - exigi.
- Preciso falar? - ele perguntou irônico.
- Eu sei o motivo, mas não o entendo.
- A gente estava ficando, numa boa, a vários dias, aí você resolver sair sozinha, mas o otário aqui vai atrás porque gosta de ficar contigo e olha que surpresa eu tenho.
- E não assumi compromisso nenhum com você Gustavo.
- Eu sei que não, mas pelo menos deveria me respeitar quando estou perto de você.
- Eu disse que iria sair sozinha, justamente pra não causar esse situação.
- Então você já estava marcando com aquele cara? - me perguntou mais sério ainda.
- Não Gustavo! Eu o conheci aquela noite.
- Então você já saiu com intenção de ficar com outro né?!
- Não! Eu sai com a intenção de sentir minha liberdade novamente, e por favor, para com essa cena ridícula.
- Se fosse ao contrário Lívia? Se fosse eu quem tivesse aos beijos com outra mulher?
- Eu iria rir.
- Iria mesmo? - perguntou desconfiado e e assenti séria.
- Iria sim, pois eu não me importo com quem você fica ou deixa de ficar, eu não dou a mínima pra isso.
- E pelo visto não dá a mínima para o que a gente tem também né?!
- Não. - disse respirando fundo - Não dou não! Porque não temos NADA! Quantas vezes vou ter que repetir isso pra ficar bem claro na sua cabeça? - perguntei exaltada.
- Eita! - a Gabi disse entrando na cozinha. - Só vim pegar uma cerveja e vocês podem voltar a DR. - pegou a cerveja e saiu novamente.
- Você tem razão! - ele disse suspirando e passando a mão pelos cabelos. - Eu é quem fico vendo coisa onde não tem. Me desculpe por essa cena, de verdade - pediu e eu assenti e em seguida ele saiu da cozinha.
Respirei fundo peguei uma cerveja e tomei alguns goles por ali mesmo esperando me acalmar. Quando voltei pra sala ele já não estava mais por ali.
- Ele provavelmente está lá embaixo esfriando a cabeça. - Matheus informou.
- Você acha que eu devo ir conversar com ele? - perguntei.
- Acho que quando ele se acalmar ele vem conversar contigo. - falou e eu assenti. Me enturmei na conversa deles sobre estilos musicais me distraindo um pouco, mas ainda me sentia mal pela discussão desnecessária com o Gustavo. Ele só voltou cerca 30 minutos depois e parecia mais calmo.
- A gente pode conversar Lívia? - chamou e eu assenti o acompanhando até o quarto dele. Era primeira vez que eu ia até o quarto dele e até que era bem ajeitadinho. Todo decorado em cores escuras, com uma cama de casal, uma cômoda em um canto, um guarda-roupas e uma escrivaninha.Ele indicou a cama para que eu me sentasse e sentou na cadeira da escrivaninha.
- Queria me desculpar com você. - disse sem jeito. - Confesso que ver você com aquele cara me fez perder a cabeça, mas de qualquer forma eu não tinha esse direito.
- Eu sempre deixei bem claro que abominava qualquer tipo de cobrança Gustavo. - suspirei - Eu não vou aceitar ninguém me controlando.
- Eu entendi. Só é difícil pra mim ver você com outra pessoa e aceitar numa boa.
- Acho melhor a gente esquecer essa história de ficar. - ponderei e ele me olhou surpreso. - Não quero perder a sua amizade e acho que é isso que vai acontecer se a gente continuar ficando.
- Não precisa ser assim Lívia. - disse sentando ao meu lado na cama - Eu ainda não desisti de te conquistar.
- Já deveria ter desistido. Eu já te expliquei como as coisas funcionam comigo.
- Eu não vou fazer cobranças mais e nem te pressionar a nada, mas eu não sei se consigo ficar perto de você sem te beijar, ou pelo menos tentar. - explicou e eu suspirei. - Você me diz que não vai se apaixonar por mim, mas não me deixa nem tentar te conquistar.
- Eu não quero ver você sofrer, e acredite, isso vai acontecer se continuarmos mantendo esse tipo de relacionamento.
- As vezes eu acho que isso é alguma desculpa pra me dar um pé e nem olhar pra minha cara mais. - ele disse e eu ri.
- Acredite Gustavo, se eu pudesse escolher por quem me apaixonar, sem dúvidas, seria por você, mas já sei que isso não vai acontecer.
- Você pode escolher. - disse beijando meu rosto - Basta querer - sussurrou ainda me beijando.
- Não é tão simples assim. sussurrei.
- É sim. Você que complica as coisas demais. - falou redirecionando os beijos para minha boca.
- Eu não deveria fazer isso com você. - lamentei já sabendo o que estava por vir.
- Esquece essa história, coraçãozinho de pedra. - falou debochando e me beijou.
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Coração de Pedra
RomancePLÁGIO É CRIME. Contém cenas proibidas para menores de 18 anos. (SERÁ POSTADO NA ÍNTEGRA) Ela já não era mais uma menina, era uma mulher como todas as outras. Amava a família, sua profissão e sua liberdade. Sempre animada e pronta para qualquer cois...