Acordei no dia seguinte e demorei um pouco a me localizar. Quando lembrei da noite passada me joguei na cama novamente com um sorriso no rosto. Tudo bem que pelo que parece ele não dormiu comigo, mas a noite foi perfeita. Estava me perdendo nessas lembranças quando ouvi um barulho e vi que ele saia do banheiro de banho tomado, vestindo a mesma calça de ontem e sem camisa.
- Bom dia. - ele disse com um tom indecifrável.
- Bom dia. - eu respondi e o vi abrir a boca pra falar algo, mas neste instante o celular dele tocou e ele foi atender.
- Alô- ele disse dando uma pausa pra outra pessoa responder. - Bom dia Isabel!. - ele disse dando um sorriso - Ok! Bom dia Bel. - falou rindo e saiu do quarto. Fiquei meio imóvel ali com a situação, mas catei minhas roupas do chão e vi que minha mochila estava por ali.
Guardei aquela roupa, peguei a muda reserva e fui tomar um banho. Quando sai do banheiro, vi o Gustavo sentando na beirada da cama, já de tênis e camisa.
- Eu preciso me afastar de você. - ele disse de repente sem me olhar e eu o olhei assustada.
- O que? Por quê? - perguntei confusa.
- Eu só preciso disso e quero que você entenda. - ele disse me olhando pela primeira vez.
- É a Isabel não é? Me desculpe. Eu não sabia que vocês estavam juntos e te agarrei ontem. - eu disse e ele deu um sorrisinho desanimado.
- Só me entenda. - falou e eu assenti, ele me deu mais uma olhada, saiu do quarto e provavelmente da minha vida .
Não o vi mais aquele dia e também não demorei a ir embora pra casa. Passei o domingo todinho tentando repor o sono perdido e a Gabi estava numa ressaca daquelas, pois nem deu as caras na sala ou cozinha e muito menos quis saber de papo.
Na segunda feira a rotina voltou ao normal e o trabalho também. Durante os primeiros dias da semana, fiquei o tempo todo lembrando do Gustavo e me martirizando por ter afastando ele da minha vida, mas eu sabia que seria injusto da minha parte interferir na vontade dele por capricho meu, mas só acho que ele poderia ter pedido isso antes daquela noite maravilhosa que ficou com um saborzinho de quero mais.
- Ainda está nessa depressão? - a Gabi questionou rindo me olhando deitada no sofá no sábado a noite. - Olha que isso é amor hein?!
- Não estou com depressão nenhuma. - disse séria a encarando. - Você não sabe, mais eu sempre fico assim, chateada, quando eu perco mais um cara legal por causa desse maldito bloqueio.
- Ele é um cara legal mesmo. - ela concordou. - A Isabel tem investido bastante nele.
- Eles não estão juntos? - perguntei confusa.
- Ao que me parece, ainda não.
- Ela parece ser uma pessoa legal, vai fazer bem pra ele.
- Ela é legal sim - concordou - Mas não é você.
- Não entendi.
- Larga de ser lerda Lívia. O Gustavo está de quatro por você, está apaixonado.
- Não acho que ele já tenha chegado a esse ponto não.
- Já estava antes da festa no sítio, imagino como está, depois do do que você me contou.
- Ele devia dar uma chance a Isabel. - falei desviando o foco.
- Eu também acho, mas ele quem tem que decidir né?! - concordei.
Não fiz nada no domingo também, apenas adiantei algumas coisas de trabalho. A segunda, terça e quarta feira passaram bastante rápidas, eu atolada de serviço e a Gabi ficando louca com a faculdade em época de provas. O Gustavo literalmente sumiu e eu achava melhor assim, afinal era mais fácil para ambas as partes, ele não queria sofrer e eu não queria que ele sofresse. Na quinta-feira eu estava concentrada em um projeto no meu escritório quando recebi a ligação da minha secretária avisando que meu cliente marcado para as 14 horas já tinha chego e eu mandei que ela autorizasse sua entrada. Quando o meu cliente entrou, meu queixo foi ao chão e voltou. Era o Daniel.
- Boa tarde. - cumprimentei simpática. - Fique à vontade. - disse indicando a cadeira para que ele se sentasse.
- Boa tarde. - me cumprimentou com um sorriso de perder o fôlego. - Lívia - comentou com um sorriso maior ainda.
- E então Daniel, em que posso ajudá-lo?
- Quero um projeto seu para meu novo escritório e quem diria que a arquiteta Lívia fosse você - falou rindo - Fiquei surpreso.
- Pra você ver como esse mundo é pequeno.
- Realmente.
- Mas e então? Vamos ao trabalho? E a conversa foi fluindo sobre o projeto que ele queria. Ficamos cerca de uma hora e meia conversando e em seguida ele foi embora. Não vou negar que houve troca de olhares bem evidentes, mas ele não insinuou nada diretamente também.
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Coração de Pedra
RomancePLÁGIO É CRIME. Contém cenas proibidas para menores de 18 anos. (SERÁ POSTADO NA ÍNTEGRA) Ela já não era mais uma menina, era uma mulher como todas as outras. Amava a família, sua profissão e sua liberdade. Sempre animada e pronta para qualquer cois...