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- Anda logo Lívia! - disse pela 10ª vez. - Parece que está indo casar.

- ISOLA! - ela gritou de dentro do banheiro.

- Vamos logo!

- Pronto apressada! Agora eu estou pronta.

- Uauuu? Quer matar os caipiras hoje é? - disse rindo e ela negou.

- Olha quem fala, de pirralha a mulherão em 1 hora.

- Essa produção toda pra balada da cidade é até desanimador. 

- E quem disse que vamos a balada daqui da cidade? - perguntou me olhando sugestiva.

- Não?

- Claro que não. Vamos numa balada ótima numa cidade vizinha.

- E o papai sabe disso? - perguntei baixo.

- Claro que sabe! Sei que sou louca, mas não sou irresponsável né?!

- É muito longe? - perguntei entrando no carro dela.

- Uns 40 a 50 minutos. - disse e arrancou com o carro.

Durante o caminho conversamos sobre a rotina dela no Rio, os projetos, minha faculdade e homens é claro.

- Sabe por que eu quis te trazer pra cá? - perguntou e eu neguei. - Pra você saber o que é diversão sem consequências.

- Como assim? 

- Simples! Vamos para uma cidade onde ninguém nos conhece, ninguém sabe quem somos, portanto, ninguém vai nos ligar no dia seguinte enchendo o saco.

- A menos que digamos nosso sobrenome. 

- E isso não vai acontecer, certo irmãzinha? - disse e e assenti. - Então aproveita para curtir e beijar um gatinhos sem compromisso, e chegamos. - disse estacionando e eu olhei em direção a boate. Bom, pelo menos parecia ajeitadinha.

Entramos numa boa na boate, sem qualquer empecilho do segurança. Eu provavelmente estava parecendo mais velha do que realmente sou. Fomos direto ao barzinho e a Lívia me surpreendeu quando pediu apenas uma água.

- Água? - perguntei incrédula.

- Motorista da rodada. - disse piscando e eu pedi logo uma cerveja. - Vai com calma viu?!

- Relaxa! Você não disse para eu curtir a night?

- Curtir não significa entrar em coma alcoólico, que isso fique bem claro. - apenas revirei os olhos e comecei a observar o ambiente.

Era um lugar legal, música boa rolando, gente bonita, algumas pessoas estranhas também, como sempre tem né?! 

- Olha ali aquele gatinho! - disse apontando em direção a um moreno alto, até que bonitinho.

- Vai lá?

- Lógico que não! É só dar uma voltinha na frente dele e tudo se resolve.

- Até parece! - disse dando um gole na cerveja.

- Essa tática é infalível Gabi.

- Quero ver. - disse desafiadora.

- Presta atenção porque vou fazer uma vez só. 

A Lívia saiu andando em direção ao moreno e eu fiquei encostada no bar só observando e rindo. Ela foi andando e sacudindo o corpo ao ritmo da música. Passou em frente ao moreno olhando para frente e ele a segurou pelo braço. Desgraçada. Ele começou a cantá-la ao pé do ouvido enquanto ela ria debochando de mim. Alguns minutos depois ele a soltou, meio chateado por ter levado um fora, e ela voltou rindo em minha direção.

- Ué?! O moreno não era um gatinho? Não pegou por quê?

- Sei lá. Quero um gato diferente hoje, alguém que chame minha atenção. - disse dando de ombros.

- Vamos dançar então caçadora de gatinhos. - disse rindo e puxando-a pela mão para a pista de dança.

Nós dançávamos como se não houvesse mais nada no mundo. A Lívia era uma das pessoas mais animadas que e já vi, isso é, se não for a mais animada. Ela sempre teve esse espírito livre, sempre foi bicho solto. A única vez que ela namorou sério com alguém, não durou 2 meses. Ela simplesmente não conseguia se apegar e se prender. E por ironia do destino, ela sempre chamou a atenção por onde passava, sempre foi bonita, mas acho que essa aura positiva que ela carrega com ela é o que chama mais atenção. Minha irmã é iluminada.

Percebi que um grupo de garotos olhavam para a gente, quer dizer, pareciam ter pouco mais de 20 anos. Eram em 3 e conversavam entre si ainda olhando para a gente.

- Finge que não está vendo. - a Lívia disse no meu ouvido.

- O que? - perguntei confusa.

- Os caras lá olhando ué?! Finge que não está vendo. - disse rindo.

- Pensei que você não tivesse reparado.

- Eu sempre reparo maninha, principalmente no moreno alto. - disse piscando.

- Vai usar a sua tática infalível novamente? - perguntei rindo e ela negou.

- Se eu fizer isso não vou ter certeza que o peixe certo vai cair na isca.

-Mais ou outros dois são bonitinhos também. - disse olhando para eles de novo e reparando um pouco mais.

- Mais eu quero o moreno gato.

- Huuuum... Então o moreno chamou sua atenção ou você vai seduzir e esnobar o garoto? - perguntei sugestiva.

- Claro que chamou minha atenção. Vou dar uns beijinhos e depois não vou vê-lo mais.

- Um dia você ainda vai quebrar a cara. - disse certa e ela deu de ombros.

- Eu nunca evitei me apaixonar, só que nunca aconteceu.

- Esse dia há de chegar. - disse rindo.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora