3 - Lívia

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Um dos meus lemas sempre foi curtir a vida, é claro, com responsabilidade. Durante a faculdade eu sai bastante, mas nunca em época de provas. Não bebo quando estou dirigindo e amo meu trabalho. Me considero uma mulher normal, ignorando o fato de ser a única mulher que eu conheço que nunca se apaixonou. As vezes até sinto um carinho por uma certa pessoa, mas quando ele começa a me cercar muito, me privar da minha liberdade, esse carinho vai murchando e a única coisa que eu quero depois é distancia do cara. Está aí uma das coisas que eu mais amo, que eu sou apaixonada, é pela minha liberdade. Gosto de fazer o que e quiser a hora que eu quiser, conversar com quem eu quiser, seja homem, mulher, rico, pobre. Não consigo aceitar que uma pessoa possa ter muito ciúmes ou até mesmo obsessão por outra. 

Cada um é dono de si e esses sentimentos não vão fazer com que a pessoa fique amarrada a você. Sempre pensei que se alguém quiser ficar comigo, vai ficar e pronto. Ficar porque quer e não porque eu acabo com qualquer meio de comunicação com outras pessoas.

Eu sabia que o moreno tava me olhando, mas não sabia qual seria a dele. Então a solução era esperar pra ver se ele tomaria atitude. O outro garoto, que parecia ser mais novo estava de olho na Gabi, mas ela nem sequer percebeu, tadinha.

- Acho que você arrumou pra hoje hein?! - disse no ouvido dela.

- Por quê?

- O bonitinho novinho está de olho em você.

- É! Até que ele é bonitinho mesmo. 

- Vai ficar?

- Quem sabe?! Chegar nele que eu não vou.

- Óbvio que não. Se quiser usar minha tática tenho certeza que vai funcionar. - disse rindo e ela negou.

- Gosto de homens com atitude, se ele já me notou aqui não preciso ir até lá chamar atenção dele.

- Você cresceu mesmo hein pirralha. - disse rindo e ela revirou os olhos.

- Preciso de mais uma cerveja. - falou indo em direção ao bar e eu continuei dançando no mesmo lugar.

As músicas que estavam rolando eram ótimas, e a boate também estava num clima super legal. Eu estava dançando de olhos fechados me deixando levar pelas batidas da música, quando senti a presença de alguém e abri os olhos. Uaaau! O moreno era ainda mais bonito de perto e ainda era bem cheiroso. 

- Posso dançar com você? - ele disse e me surpreendi com a voz grossa que ele tinha.

- À vontade. - disse mantendo uma distancia considerável, afinal mal conhecia o cara, não iria ficar me esfregando nele.

- Qual seu nome? - ele disse perto do meu ouvido pois a música era muito alta.

- Lívia. - disse sorrindo.

- Prazer Lívia, sou Gustavo. - falou e me deu dois beijos na bochecha em forma de cumprimento.

- Você é daqui mesmo? - perguntou e eu neguei com a cabeça. - De onde então?

- Vamos manter o mistério. - disse rindo e voltando a dançar. 

Ele deu de ombros e começou a dançar também. E até que ele dançava na medida certa, bem típico de homem mesmo. Ele tinha ritmo, mas não se requebrava feito uma gazela.

Olhei para o bar por um instante e vi a Gabi numa conversa super animada com o bonitinho novinho.

- Sua amiga? - escutei o Gustavo perguntar e neguei.

- Minha irmã. - ele apenas assentiu - E ele? - perguntei indicando o novinho com a cabeça.

- Primo. 

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora