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Passaram-se Natal, Reveillon e junto minhas férias. Foram dias inesquecíveis. Momentos que ficarão guardados na minha lembrança pra sempre. Como por exemplo, a briga dos meus primos bêbados no Natal que acabou com os dois dormindo abraçados do gramado da fazenda. Ou o tombo que a Gabi levou na piscina depois de voltarmos de um balada e que resultou em um celular molhado e sem conserto. E quem sabe no mico que meu pai pagou dançando em cima da mesa durante a festa de Reveillon. Enfim, foram dias muito divertidos, foi um problema aguentar a birra do papai na véspera da minha viagem com a Gabi, mas no fim das contas nossa mãe contornou a situação. A Gabi estava super animada com essa nova fase da vida dela. Faculdade, amigos novos, amigas novas, casa nova, e liberdade. Passamos vários dias curtindo a cidade, vários barezinhos, boates, praias e tudo mais. Mas tudo que é bom dura pouco e era meu último fim de semana de férias e da Gabi também e estávamos jogadas no sofá de casa bolando alguma coisa para fazer numa noite estrelada e com um clima muito agradável no Rio de Janeiro.

- Topo um barzinho. 

- Por mim pode ser também. - falei dando de ombros. - Está escutando? - perguntei e a Gabi me olhou confusa. - Seu celular tá tocando.

Ela levantou correndo e foi até o quarto buscar o celular e quando voltou já estava falando.

- Sou eu mesma. - ela dizia - Quem? - perguntou e me olhou assustada - Matheus? Que Matheus? - ela ficou assustada e depois começou a sacudir a mão rápido em sinal de desespero - Lembro sim Matheus. - disse fechando os olhos e eu fiquei confusa - Estou bem também. - disse respirando fundo e fez uma pausa - É complicado Matheus! Eu me mudei recentemente e estou a cerca de 2 horas de onde eu morava e a quase 3 da cidade onde nos conhecemos - quando ela disse isso eu arregalei os olhos, como ele tinha conseguido o telefone dela?! - Ahh é? - disse sem graça - Mas como você conseguiu meu telefone? - ele perguntou e arregalou os olhos com a resposta. - É verdade! Nem me lembrava disso. - me olhou sacudindo a cabeça e eu estava doida pra essa ligação acabar e ela me contar tudo logo. - É, tive um pequeno problema com esse número e só consegui resolver essa semana. - pausa - Onde eu estou morando? - repetiu a pergunta dele e me olhou pedindo opinião, e como eu sabia que ela tinha gostado muito de ficar com ele dei de ombros. - No Rio de Janeiro. - ela respondeu. - E você? - perguntou - Como assim? Você não queria me encontra no interior? - perguntou desconfiada. - pausa - Mas é estranho não concorda? - disse um pouco irritada. - Ta bom Matheus! Agora eu preciso desligar, pois tenho que me arrumar pra sair. - disse de cara fechada. - Tchau. - encerrou apertando o botão de desligar com força.

- Me explica como esse garoto conseguiu seu telefone! - perguntei curiosa.

- Eu esqueci que aquele dia eu emprestei meu celular para ele ligar para o amigo, então ele foi no celular do amigo e tcharam! - disse se jogando no sofá. - Disse que está tentando me ligar nesse número a um tempão e já estava quase desistindo.

- Culpa sua que caiu na piscina e estragou o chip.

- Culpa da operadora que demorou séculos pra passar o antigo número pro chip novo. - disse desanimada.

- E você não deveria estar feliz?

- Não sei se acredito muito nele! - falou sacudindo a cabeça - Primeiro diz que quer me encontrar na cidade onde nos vimos ou na minha cidade e depois que eu disse que era do Rio ele disse que também era!

- E não pode ser?

- São 3 horas de viagem daqui até lá, ou ele está lá ou aqui. Não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.

- Você quem sabe. - disse dando de ombros e o celular dela apitou. - O que foi?

- Mensagem dele dizendo "só me diz onde você vai estar que te encontro e conversamos" - disse fingindo a voz dele.

Coração de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora