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𝖉𝖊𝖆𝖗 𝖊𝖓𝖟𝖔 !
~ ও by: streetdenver

Pedro não falava, não comia, e dessa vez não se importava de folhar aquele livro misterioso que ele sempre deixava em baixo de seu travesseiro. A um ponto onde Javier precisou sair mais cedo d3 casa e levar o pai para o hospital, onde ficaram o dia todo lá, enquanto Guadalupe e Gael, olhavam para a cara um do outro esperando no sofá da sala.

Os dois se mantiam em silêncio enquanto encaravam a tela da TV, quando derrepente o telefone no corredor tocou alto assustando os dois. Eles rapidamente se levantaram juntos e foram até o aparelho que foi atendido por Gael que chegou antes.

―― Alô? ―― falou levando o mesmo até a orelha. ―― Como ele está? ―― fez uma pausa e tirou o telefone da orelha enquanto olhava para a irmã. ―― pegue algumas roupas para o Javier! Pro pai não precisa. ―― ele pediu e rapidamente Guadalupe subiu para o segundo andar.

Ela rapidamente pegou a mochila do irmão e correu para o seu guarda-roupa, pegando uma roupa de frio e uma de calor, não imaginando quanto ele ficaria lá. Sabia que seu pai ficaria internado então nem usaria suas roupas. Ela saiu fo quarto do irmão e voltou para a sala onde viu Gael se esforçando para vestir o seu tênis.

―― Você quer que eu vá junto? ―― perguntou entregando a mochila ao mais novo que a jogou sobre os ombros.

―― Não precisa, fique cuidando da casa, eu vou de bicicleta para ser mais rápido.

Ele falou rápido a deixando sem escolha, ela o viu partir pelo estrada de terra em um solavanco enquanto pedalava, ela entrou para dentro da casa e passou a mão pelos cabelos castanhos e longos devido a tamanha preocupação, já estava quase escurecendo e seria perigoso para o irmão voltar para cada tão tarde.

Ela se jogou no sofá e puxou o cobertor vermelho para cobrir o sei corpo devido à temperatura que estava abaixando cada vez mais, ela encarou a TV e percebeu o quão sem graça era assistir pica-pau sem o irmão caçula gargalhando ao seu lado. Rapidamente, mirou o controle na TV e a desligou. Olhou em volta e procurou algo que pudesse tomar o seu tempo.


A verdade era que Lupita odiava ficar sozinha em casa, principalmente quando estava quase anoitecendo, digamos que ela ainda se assustava com as histórias tolas de fantasmas. Ignorando aquilo é deixando que a curiosidade a tomasse, ela se levantou novamente subiu as escadas e parou em frente a porta do quarto de seu pai.

Receosa, abriu a mesma lentamente e adentrou o quarto, observou o local e finalmente caminhou até a cama, erguendo o travesseiro e alí encontrando o tal livro de seu pai. Ela nunca havia percebido o quão desgastado aquela capa estava, pegou o mesmo e se sentou na beirada da cama, antes de abrir, repensou se aquilo era realmente o certo, bom, seu pai não descobriria, não é?

Ela simplesmente abriu, vendo alí, um diário. Ela sorriu ao ver fotos antigas coladas sobre as folha e ao lado pequenos resumos. Havia exatamente cinco páginas inteiras para os filhos, a maioria era de Janette, mas ela se surpreendeu ao ver o nome mas últimas folhas. Guilhermo Vogrincic. Curiosa, ela rapidamente varreu os olhos sobre a página, entendendo cada vez mais.

Não era atoa que Guilhermo conhecia o seu pai, quando novos, foram amigos, mas acabaram a amizade após brigarem por uma mulher, os dois a queriam, e no final, que a ganhou foi Pedro, foi o motivo por se separarem, mesmo sentindo a falta um do outro. Incrédula, ela fechou o livro e o colocou em seu lugar novamente,  e saiu do quarto.

Antes mesmo que pudesse fechar a porta do quarto, ouviu batidas na porta e gritou pedindo que esperasse, sem pressa alguma ela abriu a porta, outra vez, vendo apenas a cesta com rosas, o bilhete e alguns outros presentes. Olhou em volta a procura do dono e riu achando aquilo brega, mas ela gostava de receber as cestas de Enzo, mesmo ele sempre fugindo depois.

Querida, Lupita...

Me desculpe pelo ocorrido de ontem, mesmo eu não me arrependendo nem um pouquinho sobre oque fiz, mas mesmo assim, desculpe. Vim através desta carta, lhe convidar para um passeio até a praia, na verdade, o convite é todo de Guilhermo, que insistiu que você participasse disso.

Seu querido Enzo... ❜

Ela dobrou o papel novamente e sorriu, um sorriso bobo, achava estranho ir até a praia em início de outubro, mas ela com certeza iria. Seu querido Enzo. Martelou em sua mente e roda vez que lembrava ela resmungava e dava pulinhos de alegria pensando se ele era realmente o Enzo dela, como ele tanto dizia. Ela só precisava colocar na cabeça dele para parar de arrancar as rosas do seu jardim.

Quando o céu já estava escuro, ela viu o irmão entrar pela porta. Ele parecia cansado, mas não demonstrava tristeza alguma.

―― Você sabe como ele está? ―― Guadalupe perguntou indo até o irmão em passos rápidos.

―― Ele está bem, por incrível que pareça ele está muito bem. ―― Ele falou feliz enquanto se jogava no sofá. ―― Mas estava deprimente por ficar apenas no quarto e não estava tomando os remédios certos...

Guadalupe congelou no instante, ela estava fazendo o pior para o próprio pai, ela sentiu uma angústia e culpa, porém, estava tranquila ao saber que pelo menos o pai estava bem, mas poderia ter piorado cada vez mais.

. . .

eu não sei oque dizer sobre esse capítulo, eu não gostei dele, mas precisava contar, pois o diário do Pedro ainda é um ponto muito importante para essa história, como as cestas de Enzo também são 😭😭😭

𝖉𝖊𝖆𝖗 𝖊𝖓𝖟𝖔 ━━ Enzo Vogrincic Onde histórias criam vida. Descubra agora