▶ 𝒑𝒓𝒐́𝒍𝒐𝒈𝒐

709 78 8
                                    

Ashland, Sul do OregonMaio de 1922

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ashland, Sul do Oregon
Maio de 1922

     OLHOS VERMELHOS ERAM tudo o que Masen conseguia enxergar. Para onde quer que olhasse, teriam pequenas luzes vermelhas lhe encarando friamente.   

     Essas luzes vermelhas que se contrastavam com a escuridão, se aproximavam cada vez mais, sempre lhe cercando conforme o medo aumentava, como se aquele sentimento fosse um perfume que atraía aquela cor e tudo que ela carregava. A jovem sussurrou por ajuda, mas o auxílio lhe foi negado enquanto o escarlate absorvia seu corpo até que os olhos vermelhos sumissem, e assim pudesse ver o seu reflexo. O céu ensolarado das íris foi substituído por poças de sangue.

     Mas ela continuou sozinha.

     Quando Catherine acordou subitamente, com a respiração desregulada, e o suor escorrendo por sua testa e pescoço, Edward já estava na porta do seu quarto com uma expressão dolorosa. O som de seu coração batendo loucamente o fazia sofrer. Sua irmãzinha tendo outro pesadelo com os monstros que eles eram.

— Edward... — ela murmurou em uma tentativa falha de se manter calma.

— Está tudo bem, eu estou aqui. — Ele sussurrou, segurando sua mão enquanto se sentava na beirada da cama — Nada vai te atingir aqui.

— Tinha olhos vermelhos por todos os lugares. Foi horrível — a mais nova contou, mesmo sabendo que àquela altura seu irmão já sabia de todos os detalhes. — Estava escuro. Eu te chamei, chamei Carlisle e Esme, mas ninguém veio me buscar. Foi como se tivessem me abandonado.

     As lágrimas desceram rápido, expondo a frágil criança por trás da jovem garota de quatorze anos que já havia passado pela perda dos pais e enfrentava o desafio de viver com seres que poderiam matá-la se perdessem o controle. Ela era muito corajosa.

— Isso nunca vai acontecer, Cathe. Sabe por quê? — Edward murmurou, segurando o rosto da irmã com uma mão fria — Porque eu sempre vou estar aqui por você.

— E se um dia você não estiver? — ela perguntou entre lágrimas, sentindo a garganta doer — E se um dia nenhum de vocês estiver comigo?

— Não pense nisso. Você é minha irmãzinha, Catherine. Ninguém vai te tirar de mim — o mais velho sussurrou, aproximando seus rostos — Os irmãos Masen devem ficar juntos. Repita.

— Os irmãos Masen devem ficar juntos.

— De novo.

— Os irmãos Masen devem ficar juntos.

     Edward sorriu. Depois de quatro anos, ficar perto de sua irmã se tornou algo tão simples quanto prender abotoaduras, desde que ele estivesse saciado. Tinha caçado naquele dia, então foi bom. Tornava tudo mais fácil.

     Puxando a irmã para um abraço, o Masen mais velho suspirou silenciosamente, pensando até quando poderia proteger a garota. Ela era sua irmãzinha, não um animal de estimação. Em algum momento ela se apaixonaria por um humano, e se casasse seria melhor ainda, pois pouparia uma transformação.

     Ela não precisa abrir mão de toda a vida dela só para ficar perto de mim.

     Ele também não estava totalmente contente com tudo aquilo. Alguns dias eram melhores do que outros, principalmente se Esme estivesse mais saciada e tocando seu violoncelo. Passando pela fase final de recém-criada, era esperado que ela já não se sentisse desconfortável perto de Catherine. Mas sua mente oscilava em momentos quase aleatórios, e ela sabia disso.

     Esme estava totalmente ciente de sua própria insegurança oscilante perto de muitos humanos, mas estava trabalhando nisso com a ajuda de Carlisle. Aquele era um motivo muito bom para ter se mantido na poltrona do quarto quando ouviu o choro da garota. Lhe partia o coração ouvir aquilo, mas não podia arriscar machucar aquela menina.

     Não, só mais um pouco. Eu consigo. Estou quase chegando ao ponto de controlar perfeitamente.

— Ed... — Catherine murmurou baixo, quando as lágrimas já haviam secado e seu corpo se acalmado. — Acende a luz para mim?

— Não vai dormir? — O irmão perguntou, a soltando de forma relutante e se levantando para fazer o que ela pediu.

     Catherine afastou os lençóis e saiu da cama, indo para a sua escrivaninha de frente para a janela. Seus materiais e o caderno de desenho que pegou com Carlisle dias antes estavam dentro das gavetas, esperando para serem usados.

— Preciso colocar isso no papel. Só assim vou parar de pensar nessas coisas. — Respondeu, abrindo o caderno na próxima folha limpa e passando a mão pela página lisa.

— Lembre de dormir um pouco.

— Claro, claro — a garota murmurou, já distraída com seu desenho, separando todos os lápis e gizes vermelhos que possuía.

     Edward sorriu suavemente e saiu do quarto, deixando a porta fechada, sabendo que ela ficaria bem. Essa era uma coisa interessante sobre Catherine Marjorie Masen, além da coragem. Ela sempre ficava bem.

     Sempre.

     Sempre

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

• 766 Palavras• Capítulo Revisado• Próximo capítulo dia: 16/06/2024• Que comece a nova fase da vida de Catherine: PASSIONE! Quais são seus expectativas para os novos capítulos? ^^

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


766 Palavras
Capítulo Revisado
Próximo capítulo dia: 16/06/2024
Que comece a nova fase da vida de Catherine: PASSIONE! Quais são seus expectativas para os novos capítulos? ^^

𝐀𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄𝐂𝐄𝐑 𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐒𝐄𝐉𝐎𝐒 | 𝓒𝓪𝓲𝓾𝓼 𝓥𝓸𝓵𝓽𝓾𝓻𝓲Onde histórias criam vida. Descubra agora