Ashland, Sul do Oregon
Maio de 1922
O OLHAR CLÍNICO DO MÉDICO SOBRE O DESENHO perdurou por alguns momentos até que o devolvesse para seu lugar em cima da escrivaninha.— Ela disse que foi um pesadelo. — Edward comentou, olhando com uma careta para a página.
Dezenas de olhos estavam desenhados com diversos tons de lápis vermelhos diferentes. Em cada olho era possível identificar uma expressão facial, como irritação, medo, curiosidade, astúcia. Catherine era um verdadeiro prodígio em expressar as emoções através de seus desenhos, e era isso que preocupava seu irmão mais velho.
Até que parte do sonho sua irmãzinha conseguiu expressar naquela folha de papel? Será que aquilo era tudo, ou tinha mais? Só o que estava ali já era considerado perturbador, se tivesse mais — algo que ela não lhe mostrou em pensamento —, então Edward estaria convencido de que sua irmã não deveria passar pela transformação.
— Ela disse que você contou sobre os Volturi — a voz de Edward saiu baixa, esperando que Carlisle desse alguma resposta, mesmo em seus pensamentos.
Mas a mente do doutor estava voltada para cada olho desenhado, a complexidade dos traços e o realismo que ela conseguia trazer para algo que foi feito apenas com lápis de cor gastos era impressionante. Pelos céus, Edward pensou. Foco, Carlisle, foco. Isso é um sinal para não prosseguir.
— Eu sei o que você está tentando fazer me mostrando isso. — Carlisle finalmente respondeu, olhando para ele — Não vai funcionar.
— Mas, Carlisle, isso só pode significar que Cathe não nasceu para ser uma vampira. — o Masen rebateu, apontando consternado para o desenho.
— Ninguém nasce para ser um vampiro, Edward. — O doutor balançou a cabeça — Meu pai era um pastor, não nasci para ser vampiro. Você veio de uma boa família, não nasceu para ser vampiro. Esme foi criada para ser a esposa e mãe perfeita, não nasceu para ser vampira.
— Mas o pesadelo foi terrível. Ela acordou ofegante.
— Os sonhos e pesadelos não fazem sentido.
Carlisle se sentou na cadeira ao lado da escrivaninha e suspirou, pensando em como explicar para aquele jovem vampiro sobre a questão dos sonhos.
— Sigmund Freud, um psicanálise, lançou um livro alguns anos atrás sobre a interpretação dos sonhos. — Comentou, olhando para a janela. Catherine estava com Esme cuidando do jardim — Ele diz que os sonhos podem ser uma realização disfarçada de desejos reprimidos.
— Um desejo? — Edward franziu a testa. — Desejo de quê? Ficar sozinha? Estar presa e condenada pelo resto da vida?
— Talvez curiosidade. Muitos vampiros não conhecem os Volturi pessoalmente.
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𝐀𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄𝐂𝐄𝐑 𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐒𝐄𝐉𝐎𝐒 | 𝓒𝓪𝓲𝓾𝓼 𝓥𝓸𝓵𝓽𝓾𝓻𝓲
Fanfiction𝗮𝗻𝗼𝗶𝘁𝗲𝗰𝗲𝗿 𝗱𝗼𝘀 𝗱𝗲𝘀𝗲𝗷𝗼𝘀 | 𝗰𝗮𝗶𝘂𝘀 𝘃𝗼𝗹𝘁𝘂𝗿𝗶 𝗧𝗢𝗗𝗢𝗦 𝗘𝗦𝗧𝗔𝗠𝗢𝗦 𝗗𝗘𝗦𝗧𝗜𝗡𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗔 𝗔𝗟𝗚𝗨𝗘́𝗠. Não importa quanto tempo demore para se encontrar a pessoa amada, ela sempre será colocada na sua frente em al...