1 - Capítulo

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         Becky Armstrong 


Uma pilha de livros encontrou o chão. O baque foi barulhento o suficiente para quem transitava pelo corredor olhar em minha direção e soltar algumas risadas.

- Presta atenção por onde anda esquisita.  - a voz irritantemente fina ordenou, arrancando mais risadas dos alunos e do seu trio inseparável.

Engoli á seco, um ato automático. Era a terceira vez que isso acontecia em menos de duas horas. Não sei o que Alison Dilaurentis Benson tem contra mim, mas de certeza, essa implicância cerrada deveria ter algum motivo... Ou, era apenas futilidade, o que não seria nada estranho vindo dela. Enfim. Mas o que quero deixar em pauta neste momento é o meu azar em sempre encontrá-la no corredor onde inocentemente os meus livros vão parar no chão.

Ignorando as risadas e achando que o showzinho tinha acabado, fiz menção de recolher os meus livros, mas Alison me empurrou contra a lataria do armário como se eu fosse um lixo qualquer e seguiu o seu caminho, mas antes, fez questão de pisotear com os seus saltos agulhas nos livros e numa folha do meu exercício de química que gastei horas na biblioteca o fazendo. Suspirei ao ver o solado marcado. Alison se retirou rebolando em cima dos seus saltos com as suas seguidoras fiéis Jane e Lola atrás. Elas riam. Muito.

Sem esperar mais tempo, recolhi as minhas folhas e os meus livros antes que alguém tivesse a brilhante ideia de pisoteá-las também, já que tudo que a Alison fazia virava febre e dava espaço para os outros fazerem também. Não consigo compreender porque razão o bullying é tão atraente e jocoso aos olhos dos telespectadores e do autor, quando claramente não existe nenhuma graça para a vítima.

Ergui-me com as pilhas em meus braços, disposta a esquecer de vez a Alison. Não tenho tempo á perder com pensamentos que não me acrescentavam em nada. Caminho pelo corredor com um sorriso no rosto ao me lembrar que hoje é o aniversário da minha mãezinha. Meu coração se aquece como se tivesse em uma fornalha de amor, pensar na minha mãe me enche de felicidade e ternura. Tenho a pretensão de passar na sua padaria favorita e comprar um cupcake. Quero fazer uma pequena surpresa, singela, já que não tenho dinheiro o suficiente para comprar um presente.

Provenho de uma família humilde, classe média baixa. A situação econômica tinha sido melhor quando o meu paizinho estava vivo. Mas depois de sua morte á dois anos atrás em um acidente de carro, as coisas complicaram. Durante esse tempo, mãezinha sustentou a casa com as suas costuras, mas ultimamente estava tão fragilizada que costurar parecia uma tarefa muito árdua. Então, para ajudar e sob protesto dela, arranjei um trabalho de meio período na lavanderia local. Não era muito, mas dava para suprir as nossas necessidades básicas.

Ainda bem que sempre fui uma excelente aluna com notas altíssimas. Estudo no CC através de uma bolsa integral que prezo muito para mantê-la. Estudar no Constatine School é a garantia de uma boa faculdade e um excelente futuro. Claro que precisava de bastante dedicação. CC tem uma bela reputação já que quase todos os seus alunos tiveram um futuro bastante promissor. Bem. 95% dos alunos eram ricos e com futuros garantidos por suas fortunas, mas isso não influenciava no excelente ensino da instituição.

Guardei os meus livros no meu armário e rumei para o ginásio onde estava tendo as exposições das faculdades. Particularmente, eu sei que faculdade quero, mas sempre era bom ter uma segunda opção caso ás coisas não dessem certo.

- Você demorou!. - Irin resmungou, de braços cruzados, parecia mal humorada.

- Desculpa. -  suspirei. -  Tive um pequeno contratempo.

- Já até imagino com quem. Por que você nunca toma uma atitude, Becky?. - ela me questionou, irritada. - Ela sempre implica com você gratuitamente e você não faz absolutamente nada! Você tem quase o dobro do tamanho daquele tamborete.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora