13 - Capítulo

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     Narrativa Autora


Spinner.

Que coisa mais estúpida. Irin pensou consigo mesma, enquanto, girava o brinquedo em seus dedos. Sua mãe tinha a dado, como se ela precisasse de alguma distração para se acalmar... Achava que não funcionaria de nada, mas, surpreendentemente, fazia mais de uma hora que estava sentada no degrau de sua casa... Girando, e girando o spinner, sem pensar em absolutamente nada.

A sua pele estava irritadiça por conta dos arranhões de Alison. Mas o que deixava a Irin conformada era saber que tinha feito um estrago no rostinho da anã de jardim. Quem sabe assim, a mesma pensaria duas vezes me mexer com a Becky.

Felizmente, não tinha recebido nenhum castigo dos seus pais. Eles conheciam a Becky, e sabiam a doçura de menina que sua amiga era. Felizmente, também conheciam a Alison, e sabiam como demoníaca a loira poderia ser. Logo, anularam qualquer castigo para a Irin por ter tomado as dores da amiga. Claro que teve um sermão, era necessário para a filha não achar que bater nos outros era certo, mas no fundo, mesmo sem pronunciar em palavras, acharam que Alison merecia a lição.

Irin tinha prometido a Becky que nunca mais iria bater em Alison. Prometeu com os dedos cruzados. Não tinha sangue de barata e jamais permitiria que Alison ou qualquer outra pessoa maltratasse a Becky. Não em sua frente.

- Oi. - uma voz a despertou. Estava tão distraída no nada que não o viu se aproximar. Pensou em entrar, mas, não podia fugir para sempre do Luke, e também era muita infantilidade, manteve-se quieta, no seu lugar. - Posso sentar? - perguntou, e ela apenas deu de ombros.

Ele sentou-se. O cheiro do perfume amadeirado a atingiu como um soco no estômago. O spinner girou com mais velocidade diante do seu nervosismo. Ela amava o perfume dele. Amava ele. Os cabelos dele estavam displicentes, como se ele não tivesse penteado depois do banho. Isso o deixava mais bonito na percepção de Irin.

- Você está bem? - ele quis saber, olhando-a com os seus olhos verde oliva.

- Estou. - ela respondeu, fixando o olhar no spinner. - O que faz aqui, Luke?

- Somos amigos, sempre formos. Por que eu não estaria aqui, Irin? Você que está fugindo de mim, não sou eu que estou fugindo de você. - comentou em tom magoado.

- Desculpa. - ela o olhou. - Pelo o meu comportamento de ultimamente, é que... Tenho medo,Luke... Medo de que a nossa amizade se estrague se avançamos para um relacionamento. Temos uma amizade linda e forte, não quero que ela fique destruída por acharmos que sabemos o que queremos. Pode ser tudo um equívoco. - optou pela sinceridade. Eram amigos, sempre falavam de tudo.

- Irin... Eu sei o que quero, eu sei o que sinto. Nada desse mundo destruirá a nossa amizade, porque antes de ser o cara que te ama, sou o teu melhor amigo. Eu te conheço até pelo avesso. Sei de todas as suas qualidades, e de todos os teus defeitos, assim como os teus medos e os teus sonhos. Eu só... -  respirou fundo, encarando os olhos enegrecidos. - Só não quero que deixemos o medo ser maior do que a nossa vontade de estarmos juntos. A vida é muito curta para desperdiça-la por receio.

Irin sentiu-se muito mexida com as palavras do Luke. Ele era um lindo quando queria falar de sentimentos. Ele era lindo em tudo, essa era a realidade e ela o amava tanto que a hipótese de não tê-lo mais em sua vida lhe machucava, sempre o teve ao seu lado... Ele era o seu porto seguro, o seu melhor amigo e seu amor.

- Concordo com você... A vida é muito curta para desperdiça-la. E eu não quero perder nem um segundo dela. Eu quero muito ficar com você, Luke. Eu também sei dos meus sentimentos, mas acho muito precipitado pularmos de melhor amigos para namorados. Nos conhecemos do pé a cabeça como amigos... Será que vamos nos reconhecer como namorados? Tenho as minhas duvidas. Vamos devagar, nos desvendando como apaixonados, e então, namoraremos... O que acha? -  perguntou, ainda o olhando fixamente.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora