Capítulo - 4

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     Freen Narrando


Ás aguas estão revoltadas. Lembrando muito bem o dia em que tudo aconteceu. As ondas impiedosas batendo contra as rochas e se quebrando furiosamente, parecia crescer cada vez mais. O vento forte alvoraça os meus cabelos e esfria mais a minha pele, principalmente da minha face molhada de lágrimas. Hoje, faz doze anos de sua morte, e eu me sinto mais miserável do que nunca.

Todos os anos, venho ao mesmo lugar em que Rebecca encerrou a sua vida e jogo uma rosa branca em sua homenagem, um jeito de cultuá-la e pedir o seu perdão. Um perdão que sei que nunca terei.

Meu coração sangra como se inúmeras adagas estivessem vincadas nele.

Oh Rebecca... Como eu sinto tanto, meu amor... Que a sua alma esteja em paz aonde quer que você esteja, que a minha maldade não a tenha corrompido. Perdão... Eu sempre vou amá-la.

Mentalizo e jogo a rosa branca e solitária que cai nas águas revoltadas e se perde no meio do mar... Assim como Rebecca.

Com o coração pesado, e com a dor sempre constante. Retiro-me do penhasco, passo pela casa abandona que era de Rebecca, se encontra do mesmo jeito, mas não tenho forças para adentrar... De cabeça baixa, sigo para o rumo de todas ás noites...

– Mocinha... Mais uma dose, por favor. – peço a garçonete bem vestida que rapidamente me serve mais uma dose dupla de conhaque.

Ela sorrir para mim. É muito bonita, loira com os olhos castanhos. O que me fazia olhar para ela não era a sua beleza e sim os seus olhos... Qualquer olhos castanhos me prende. Apesar de nenhum ser igual ou parecido com o de Rebecca... Porém, apenas isso que era parecia. O rosto quadrado com bochechas pequenas e bocão não lembrava mais nada a Rebecca. Muito menos os cabelos negros curtos.

– Não vai jogar hoje? – ela pergunta se debruçando no balcão, os seus pequenos seios pareciam limões na farda. Claramente ela está flertando comigo, deixo levar... Todas as noites, apenas por diversão.

Olho em volta... O cassino luxuoso com diversas opções de jogo parecia que estava me chamando para torrar o dinheiro deliberadamente. Porém, fico indecisa. Talvez, seja o clima hostil na mansão Dilaurentis que me contagiou.

– Não sei... O mar parece que não está pra peixe. – respondo com meio sorriso, virando a dose dupla e fazendo uma caretinha. Bato o copo no balcão. – Outra dose.

– Você é dura na queda. – ela sorrir de lado e despeja sensualmente a bebida acobreada no copo, lançando-me um olhar sedutor. – O mar não pode estar pra peixe, mas pra tubarão tenho certeza que sim. – ela enche o copo mais do que duas doses.

E eu agradeço. Olho o líquido a minha frente, o mesmo que não sei viver sem. Já faz parte da minha corrente sanguínea, apenas o álcool pra me manter um pouco sã. Irônico, não? Mas se eu não beber, as lembranças me sufocam e me matam. O álcool neutraliza. Faz com que tudo se torne mais suportável.

Como seria a minha vida se eu não escolhido a Alison? Provavelmente, não estaria viciada em cassinos e em bebidas alcoólicas. Provavelmente, eu não seria uma mulher digna de pena. Se eu tivesse escolhido a Rebecca, meu Deus...

Eu seria feliz.

Seria.

Passado.

Eu deveria ter morrido no lugar dela. Quem devia ter pulado daquela colina era eu! A Rebecca devia estar viva e concretizando os seus sonhos... Roubei o futuro dela para acabar em um cassino, me embriagando. A conta não está certa.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora