Capítulo - 56

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      Autora Narrando


Camila estava em silêncio, reclusa na cadeira desconfortável, enquanto, olhos negros a olhava sem nenhuma expressão.

– Você sabe que tem direito a um advogado, não? – o delegado informou, seguindo o protocolo.

Ela se encolheu mais ao ouvi-lo.

– Eu não quero um advogado.

E não queria mesmo. Ela queria pagar pelo o seu crime. Mesmo falando com a Rebecca, e a mesma a desculpando, Camila sentia-se péssima. Não era uma sensação que passará, a sua consciência exigia que ela fizesse o certo, mesmo que isso implicasse anular uns anos de sua vida. Ela precisava sentir bem consigo mesma. Precisava deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente sem a culpa lhe remoendo nem roubando o seu sono.

Ela precisava fazer o certo. Apenas uma vez na sua vida.

– Você tem direito a fiança...

– Não quero fiança. – ela interrompeu o delegado, o olhando fixamente.

O delegado a olhou com curiosidade. Durante os seus anos de carreira, tinha lidado com vários tipos de pessoas, mas nenhuma a tinha lhe surpreendido como aquela mulher à sua frente. Via nos olhos da mulher que ela buscava de alivio para a sua própria consciência.

– Você sabe que se for a julgamento poderá ficar de um a cinco anos em reclusão?

– Isso não me importa. Eu só quero pagar a minha dívida com a sociedade.

– E o que a lhe move a fazer isso? Está sendo obrigada por alguém?

– Não. Eu só quero ter paz e equilibro de mim mesma. – Camila disse firmemente. – Então, quando vai emitir o meu mandado de prisão?

O delegado deu uma última olhada em Camila antes de abaixar os olhos para o computador. A confissão de Camila que falsificou os documentos para favorecer a Alison DiLaurentis era um grande problema até porque envolvia a socialite mais conhecida de Seattle. Porém, a Alison já estava em maus lençóis, principalmente com a entrega das provas da Condessa Rebecca que mostrava claramente como a Alison planejou a sangue frio a morte do próprio pai, o Dr. Klaus DiLaurentis.

Ele estava terminando o mandado contra a Alison quando a Camila adentrou a sua sala como se estivesse em uma sacristia, pronta para confessar. De primeira, o delegado achou que Camila estava querendo apenas um pouco de atenção, mas ela tinha provas que fraudou um documento para Rebecca e ainda agiu de má feia.

Alison estava metida em uma grande encrenca. Felizmente, as leis nos Estados Unidos eram rígidas, e não adiantava ser milionário, não iria burlar o sistema.

– Ela está no shopping. – Um policial avisou a abrir a porta da sua sala bruscamente, o olhando firmemente.

O delegado se levantou, sob olhar confuso de Camila.

– Fique aqui, senhorita. E não tente fugir, será vigiada pelos meus oficiais.

– Como se eu tivesse pretensão de fazer isso... – Foi a resposta de Camila antes do delegado sair ás pressas.

(....) 

Alison estava saindo do shopping com alguns carregadores atrás de si, carregando as suas sacolas. Ela sempre os usava como burros de carga, até porque além de gastar uma fortuna nas lojas iria ser obrigada a carregar o que comprara? Jamais!

Pisava firmemente com os seus saltos quando percebeu algo que lhe deixou em alerta. Três viaturas no estacionamento aberto do shopping. Ter policiais naquela área não era estranho, até porque eles zelavam pelas vidas dos ricaços, o estranho é que os três pares de policiais estavam olhando diretamente para ela. Ninguém mais. Apenas para ela.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora