Capítulo - 23

728 111 26
                                    


       Rebecca Narrando


– Mamãe! Mamãe! Acorda! Está nevando, mamãe!

Escuto a voz do meu filho um pouco distante, enquanto, estou entorpecida pelo sono. O meu colchão balançava insistentemente, fazendo o meu corpo balançar por igual, logo descubro que o que me fazia balançar com tanta insistência não era de fato o colchão, mas as mãos pequenas do meu filho que chocalhava os meus ombros no intuito de me despertar.

Abro os meus olhos de pronto. A decoração do quarto me surpreende por uns segundos e pergunto-me onde estou, até que me lembro que estou na mansão dos Dilaurentis. As memórias voltam para a minha mente. Mas é claro. Suspiro pela primeira vez ao recordar de tudo, e sinto a necessidade de um cigarro, mas ao olhar para os olhos negros e brilhantes do meu filho, a necessidade passa rapidamente.

– O que foi, filho? – pergunto com a voz rouca, ainda sonolenta.

O meu corpo está quebrado e sinto dor em cada pecadinho e músculo. Passei dezoito horas em pé, numa cirurgia de remoção de tumor extremamente complicada, mas que no final, obtive sucesso. Ao menos, o tumor e as terminações nervosas do paciente estavam salvas. Outra necessidade me veio à mente: Um relaxante muscular.

– Está nevando! – Chris disse empolgando, me puxando pelo braço. – Vem ver! Está nevando, mamãe!

Levantei-me com a agitação do meu filho, sentindo-me mais exausta que nunca. Olho rapidamente para o relógio em cima do criado-mudo. Sete da manhã. O que significa que dormir apenas duas horas. Ah. O cansaço está incrivelmente justificado. Poderia dispensar o Chris e voltar a dormir, mas eu jamais iria frustrar o meu filho dessa forma. Deixo-me ser puxada até que paramos de frente a janela panorâmica do quarto.

Os meus olhos se arregalam ao ver que tudo está coberto de neve! Até por que nevar em Seattle é uma raridade, principalmente em dezembro! Parecia até mágico...

– Oh... – solto ainda surpresa.

Chris soltou a minha mão e subiu no batente acolchoada da janela. Olhando fixamente para a neve, fascinado, suas pequenas mãos se apoiaram na janela como se tivesse presenciando um sonho. Ele tem paixão por neve, sempre esboçava admiração quando a via. Não pude deixar de sorrir em ver o meu filho tão feliz.

– É véspera de Natal, mamãe! – ele diz, olhando para mim. – E está nevando. É mágico!

O meu sorriso se alarga mais... Ele usa o pijama com vários desenhos de pinheiro. Se existia uma festa que o Chris gosta mais é o Natal. Ele sempre diz que é um sonho lindo. Lembrando-me do primeiro Natal dele comigo... Foi simplesmente emocionante e inesquecível com toda a pureza e sinceridade exalada do Chris.

– Sim, meu bem. É Natal... – falo ao me aproximar da janela. – A neve veio para nos avisar.

– O que me lembra que temos que comprar a árvore de Natal e decorar a casa! –  informou. – Você disse que faríamos isso em uma semana e nada. Já é véspera, mamãe! – ele me olhou com um bico. – Passaremos o Natal sem nada?

– Claro que não. – fiz uma caretinha, e beijei o alto da cabeça dele. – Iremos comprar a árvore, os presentes e também decoraremos a casa. Por que você não vai se arrumar? Peça ajuda a sua babá, em meia hora o encontro para tomar café da manhã e iremos as compras, o que acha?

– Maravilhoso! –  grita e sai do meu quarto, correndo.

Eu nunca protelo tanto a decoração de Natal e sinto-me mal por ter feito isso. Mas a semana foi tão corrida que eu nem me dei conta que o Natal já estava batendo á porta. Pego o meu celular e mando uma mensagem, então, vou para o banheiro em busca de fazer minha higiene pessoal e também tomar um banho...

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora