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Já havia se passado uma semana do ocorrido, e durante esse tempo ficamos um pouco parados. Os meninos não marcaram ensaios nem nada do tipo. Eu fiquei em casa esse tempo todo, com Dinho me fazendo companhia. Aproveitei para passar um tempo com meus pais também, e todo dia recebia a visita dos meninos. Eles vinham me ver e faziam um monte de graça e brincadeiras para me fazer rir e me distrair, e não é que funcionava? Eles já estavam se tornando uma família para mim. Independente do pouco tempo que nos conhecíamos, quem visse pensaria que já éramos próximos há anos.

Durante essas visitas, os meninos conversavam com Dinho sobre a Utopia, sobre querer fazer mais shows, e assim por diante. Para eles, não era fácil fazer shows, pois ainda não eram uma banda grande. Às vezes, eles até precisavam pagar para se apresentarem.

[...]

— E seu curso Manu? — Júlio me pergunta enquanto conversamos na sala.

— Ahhh, eu justifiquei as faltas, então tá tudo bem. — digo.

— Mas amanhã você já volta né? — ele pergunta.

— Pois é — faço uma cara de cansaço — Mas e vocês? Quando é que vão botar pra frente essa banda? — pergunto.

— É difícil né Manuzinha —Sérgio diz desanimado.

— Crescer assim não é fácil, ainda mais pra nós — Samuel diz.

— Que? Como assim "ainda mais pra nós"? — imito Samuel fazendo uma voz fina — Vamos pensar positivo e fazer o possível e o impossível para vocês crescerem! Vocês tem potencial! — digo animando os meninos.

— ISSO AÍ! — Dinho concorda — A gente vamos ficar famosos galera!

— NÓS VAMOS! NÓSSS! — Júlio corrige.

— Ahhh tanto faz — Dinho diz com uma voz engraçada e todos rimos.

— E como nós iríamos botar pra frente? Fazendo mais shows? — Bento pergunta.

— Já tentamos isso e não deu muito certo não — Sérgio diz.

— JÁ SEI! — Dinho grita e se levanta no meio da sala fazendo as atenções irem pra ele.

— Fala aí então gênio! — Sérgio zomba.

— VAMOS FAZER UM DISCO! — ele diz com certeza.

— Porra, tu tá achando que somos os Beatles? — Sérgio pergunta — E que todo mundo vai escutar nossa música.

— Calma ae Sérgio, vamos ter esperança — Júlio diz.

— Talvez não seja uma ideia tão absurda — Samuel completa.

— A merda toda é a grana né, onde é que vamos arrumar tanto dinheiro pra fazer um disco? — Bento pergunta.

— Vamos dar um jeito! — Dinho diz esperançoso.

— Calma gente, eu tenho certeza que vocês consegue! — digo encorajando os meninos — O que custa tentar? — pergunto.

— Dinheiro né krlh — Bento diz com um sorrisinho falso.

— Ai engraçadinho — dou uma risada falsa — Vamos arrumar esse dinheiro! — digo.

— Podemos tentar! — Samuel concorda.

— Todos de acordo? — Dinho pergunta a todos.

— SIM! — todos respondemos juntos.

— Mas antes, precisamos saber o preço que é fazer um disco, e tentar achar um produtor — Sérgio diz.

— Isso já já a gente consegue, uma hora a luz vem — digo.

— Luz? — Samuel pergunta.

— Modo de falar — dou uma tapa na testa.

O japonês dos meus sonhos - Bento Hinoto Onde histórias criam vida. Descubra agora