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— Manuela, acorda — escuto Dinho me chamar e me balançar na cama.

— Ai Dinho, deixa eu dormir — digo me virando na cama.

— Que dormir oque, vamos ir lá na concessionária hoje — ele diz.

— Ahh é né — digo sonolenta e me sentando na cama.

— Vê se você se arruma logo, por que a mamãe e o papai estão dormindo, temos que sair sem eles verem — Dinho diz.

— Mas depois quando voltarmos, eles vão ver que saímos — digo.

— Éhh mas nós arrumamos uma desculpa — Dinho diz.

— Tá, agora sai daqui, vou tomar meu banho — digo levantando.

— Te espero lá em baixo — Dinho diz e logo após sai do quarto.

Assim que Dinho saiu, fui até o meu guarda-roupa para escolher a roupa que usaria e, em seguida, tomei meu banho. Depois de me arrumar, desci e encontrei Dinho na sala, onde ele já estava esperando por mim.

— Vamos? — ele pergunta levantando do sofá.

— Vamos — respondo e logo após saímos de casa.

Fomos caminhando até o centro mesmo. Dinho levou o cartão e nos dirigimos até a concessionária. Ao chegarmos lá, nos deparamos com uma variedade de carros, o que nos deixou pensativos sobre qual comprar. Antes de tudo, analisamos os preços e, no final, Dinho se apaixonou por um Chevrolet Omega que estava disponível.

— Porra, esse aqui, carreta — Dinho diz com as mãos na cintura e analisando o carro.

— Mas lembrando que é de presente para nossos pais e não pra você — digo arqueando a sobrancelha.

— Mas tenho certeza que vão gostar desse — ele diz — Mais pra frente, irei comprar pra mim — Dinho diz.

— Então é esse que vocês querer? — o moço pergunta.

— Esse mesmo, a conta é com ele aí — digo olhando pra Dinho.

— Sorte que o pai tá com o dote — ele diz se exibindo.

— Uhum, tá bom — digo rindo.

Dinho havia pegado sua carteira e pagou em algumas parcelas no seu cartão. Logo após fomos para casa andando, aproveitamos e tomamos café na padaria, que já serveria de ótima desculpa pra falar pra mamãe o motivo de termos saído.

[...]

— Onde estavam? — nossa mãe pergunta ao nos ver entrar em casa.

— Fomos tomar café na padaria aqui perto — Dinho diz.

— Trouxemos pão doce — digo com um sorriso no rosto enquanto mostrava a sacola.

— Vocês nem avisam né, mas vou deixar passar por que já são dois marmanjos e trouxeram meu pão doce — nossa mãe diz rindo, ela amava pão doce da padaria do centro.

Tivemos uma manhã tranquila, não tivemos compromisso e passamos o dia em casa mesmo.
Fiz alguns afazeres de casa, assisti um pouco de tv, pintei as unhas, organizei meu guarda roupa. Tentei fazer meu dia ser um pouco produtivo, não gosto de ficar sem nada pra fazer.

Sobre o carro, eu e Dinho deixamos na concessionária pra pegar semana que vem, já que seria natal.

[...]
24/12/1995 - 16:30h

Chegou o Natal, um dia tão aguardado por mim e pelo Dinho, pois era o momento em que toda a família se reunia para sentir a atmosfera natalina. A mesa ficava repleta de comidas e doces, e este ano eu mesma fiz o pavê. Dinho aproveitou para fazer a clássica piada do pavê, antes mesmo de nosso tio começar a falar. Eram 16h30 e eu estava no quarto me arrumando, já que às 18h precisávamos estar na casa de nossa tia. Devido à sua saúde frágil, ela preferiu celebrar o Natal em casa este ano.

— Manuela, já está pronta? — Dinho grita da escada.

— Já vou! — grito de volta.

Enquanto terminava de fazer minha maquiagem, escolhi um vestido vermelho, elegante sem ser muito chamativo. Complementei com algumas bijuterias prateadas e um belo par de saltos, que planejava trocar assim que chegasse à casa da minha tia. Apesar de achá-los lindos, ainda tenho dificuldade em andar com salto alto.

— Até que enfim, quase que não dá tempo — Dinho diz se referindo a nossos pais que estavam terminando de se arrumar.

— Vamos fazer a surpresa agora? — pergunto.

— Sim, já estacionei o carro lá fora — Dinho diz.

— Eles achando que vamos a pé — digo rindo.

— Vão surtar — Dinho diz e logo após nossos pais aparecem na sala.

— Quem vai surtar? — nossa mãe pergunta.

— Ahh ninguém não, agora vamos sair — Dinho diz puxando nossa mãe e eu o meu pai — Estamos atrasados.

— Vocês estão muito estranhos — nosso pai diz desconfiado.

— Eu também estou achando — nossa mãe diz em concordância.

— Vamos logo, vamos atrasar — digo apressando eles para abrirem o portão.

— Calma, o ônibus nem passa agora — nossa mãe diz abrindo o portão.

— Porra, que carreta hein — nosso pai diz saindo de casa.

— Quem será que deixou estacionado bem em frente a nossa casa? — nossa mãe pergunta.

Neste instante, segurei a câmera para capturar a reação deles ao avistarem o carro. Inicialmente, presumiram que pertencia a outra pessoa, porém, ao me notarem com a câmera, ficaram um tanto desconfiados.

— Por que você está gravando? — nosso pai pergunta.

— Talvez seja pra ver a reação de vocês — Dinho diz.

— Reação de que? — nossa mãe pergunta confusa.

— Ao ver o carro de vocês — digo sorrindo.

— Que? — nosso pai pergunta assustado.

— Essa carreta aí, é de vocês — Dinho diz sorrindo.

— Nem fudendo — nosso pai diz colocando a mão no rosto.

— Mentira? — nossa mãe diz olhando para o carro e com os olhos cheio d'água.

— Vocês são os melhores pais do mundo, e merecem tudo de bom — digo sorrindo.

— Gostaram do presente de natal? — Dinho pergunta e logo recebe um abraço de nossa mãe.

— Eu amei meu filho, eu amei — ela diz chorando enquanto o abraçava.

— Olha, eu nem consigo acreditar — nosso pai diz ainda pensativo — Vocês são tudo pra mim — ele diz abraçando Dinho.

— Calma, parei de gravar — digo baixando a câmera — Quero abraço também — digo rindo e logo recebo um abraço dos dois.

Permanecemos lá por mais uns cinco minutos, pois ainda não havia caído a ficha para eles. Fiquei imensamente feliz com a reação deles e sinto um orgulho imenso dos meus pais, pois tudo isso também é graças a eles.

[...]

Chegamos na casa da nossa tia, onde tudo já estava arrumado para o natal, e nossa família toda já estava lá. Estávamos conversando enquanto eu e dinho roubávamos algumas coisas da mesa para comer.

— Estava pensando em passar lá na Valéria, o que você acha? — Dinho me pergunta.

— Acho uma ótima ideia, aproveita e me deixa lá no Bento também — digo sorrindo.

— Hahaha, se for pra passar lá, eu vou com você — Dinho diz e eu reviro olhos — Aproveitamos e passamos na casa dos outros também — ele diz e eu concordo.

[...]

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Esse foi curto e sem muita novidade, só pra não deixar vocês sem Cap

Mas os próximos irão vir bombas! Se prepararem!

Espero q gostem e ignore se houver erros de digitação 🙏

O japonês dos meus sonhos - Bento Hinoto Onde histórias criam vida. Descubra agora